Política

CCJ do Senado deve pautar votação do Marco Temporal no dia em que o STF retomará o julgamento

Ruralistas buscam atropelar a Corte com a aprovação do texto

As etnias pressionam o STF para rejeitar a tese do “marco temporal”, ideia tirada da gaveta pela bancada ruralista e posta a tramitar em regime de urgência – Imagem: FPA e Joédson Alves/ABR
Apoie Siga-nos no

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado deve pautar a votação do projeto de lei do Marco Temporal na quarta-feira 20, dia em que o Supremo Tribunal Federal retomará o julgamento da tese que restringe os direitos de demarcação de terras indígenas.

Em tramitação no Congresso há 16 anos, o PL 490/2007 tramita na CCJ ao mesmo tempo em que o tema é objeto de um julgamento de repercussão geral no STF. Se aprovada, a tese definirá que só terão direito a demarcação os indígenas que ocupassem o território em 5 de outubro de 1988, data em que foi promulgada a Constituição Federal.

A tentativa de acelerar a aprovação do PL é uma estratégia da bancada ruralista para atropelar a decisão do STF, que pauta o tema desde agosto de 2021. O placar parcial na Corte é 2 votos a favor da tese e 4 contra.

Em entrevista a CartaCapital, o assessor jurídico do Conselho Indigenista Missionário, Rafael Modesto, destacou que a expectativa dos movimentos sociais e indígenas é que o Supremo forme maioria para derrubar a tese.

“O marco é uma tese ruralista que tem como único objetivo impedir as demarcações inconstitucionalmente”, afirmou Modesto. Ele reforça que, embora parlamentares tentem fazer avançar a discussão no Congresso, a decisão do STF ficará acima de quaisquer deliberações legislativas.

Antes de ser pautado no Senado, o texto ainda pode ser alterado pelo relator, Marcos Rogério (PL-RO). Neste caso, o documento voltará à Câmara dos Deputados para nova apreciação.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo