Política

Cármen Lúcia determina que PGR investigue ajuda da Abin a Flávio Bolsonaro

Ministra afirma que as ações da Abin podem configurar crime de responsabilidade

O senador Flávio Bolsonaro. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue as denúncias de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) orientou a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos).

Segundo o colunista Guilherme Amado, da revista Época, que teve acesso à decisão, a ministra afirmou que as ações da Abin “podem configurar atos penal e administrativamente relevantes (prevaricação, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional, crime de responsabilidade e improbidade administrativa)”.

A ministra atende a um pedido feito pelo partido Rede Sustentabilidade.

Na semana passada, matéria publicada pela Época apontou que a defesa de Flávio recebeu orientações expressas da Abin para “melhor conduzir” a defesa do senador diante de denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro que o acusa, entre outros crimes, de formação de quadrilha e peculato.

Já nesta sexta-feira 18, veio a informação de que o chefe da Abin, Alexandre Ramagem, teria enviado relatórios clandestinos diretamente a Flávio Bolsonaro para ajudá-lo no caso das “rachadinhas”, de acordo com a revista Crusoé.

A Rede e o PSB protocolaram uma nova Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no STF nesta sexta. As siglas pedem a Carmen Lúcia o afastamento de Ramagem do cargo até a conclusão das investigações.

“Infelizmente, parece-nos que o temor da existência de uma Abin paralela efetivamente está se concretizando no mundo real. Fazem-se relatórios paralelos, não oficiais, não registrados, fora de qualquer rastro de controle de juridicidade e constitucionalidade, mas utilizando-se de servidores públicos e dos sistemas da Abin, com o aparente único fito de promover fins pessoais do Sr. Presidente, que deveria ser da República, e de seus familiares”, escreveram os denunciantes.

A reportagem da Crusoé indica que Ramagem enviou via WhatsApp os documentos produzidos pela Abin diretamente ao filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro. Ele também teria criado uma estrutura específica na agência para subsidiar, às escuras, a formulação de documentos para ajudar o senador.

A estrutura, segundo a revista, foi batizada de “Coordenação-geral de Credenciamento de Segurança e Análise de Segurança Corporativa” e é chefiada por Marcelo Bormevet.

Na ADI, os partidos também cobram a “intimação pessoal dos Srs. Alexandre Ramagem e Marcelo Bormevet para que esclareçam os fatos estarrecedores narrados pela imprensa, apresentando todos os documentos, oficiais ou não, produzidos por eles referentes ao caso Queiroz”.

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