Política

Câmara de Curitiba aprova cassação em primeira instância de vereador do PT que liderou ato em igreja

Por 23 votos a 7, cassação do mandato de Renato Freitas foi aprovada em primeiro turno; a segunda sessão está prevista para esta sexta-feira

Câmara de Curitiba aprova cassação em primeira instância de vereador do PT que liderou ato em igreja
Câmara de Curitiba aprova cassação em primeira instância de vereador do PT que liderou ato em igreja
Renato Freitas, vereador em Curitiba
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A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou, em primeiro turno, a cassação do mandato do vereador Renato Freitas (PT) em Sessão Especial na manhã desta quinta-feira. Por 23 votos favoráveis a sete contrários, o vereador corre o risco de ter sua cassação mantida. A votação em segundo turno está marcada para esta sexta-feira. Em junho, o petista foi cassado por 25 votos a 5 por quebra de decoro parlamentar após liderar a entrada na igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, no centro histórico da capital, durante ato contra o racismo, em fevereiro deste ano.

Em julho, o mandato de Freitas foi restabelecido pela justiça, que anulou as sessões nas quais o petista foi cassado por descumprimento do regimento interno. À época, a alegação era de que o vereador não foi avisado com 24 horas de antecedência da sessão, período considerado mínimo para comparecer à audiência.

Diante do julgamento, apoiadores de Renato Freitas se juntaram a movimentos sociais na organização de protesto em frente à Câmara nesses dois dias. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o vereador se defendeu das acusações.

Ficou comprovado que eu não interrompi a missa, não invadi a igreja, não desrespeitei a fé de ninguém. Só sobrou a acusação de que eu teria feito um ato político dentro da igreja e por essa única acusação, me condenaram a pena máxima: cassação. Sabe o que isso significa? Que por dez anos eu não poderia nem votar, nem ser votado — afirmou o vereador na gravação.

A Sessão Especial de Julgamento acontece em dois turnos nesta quinta e sexta-feira. Por 23 votos a 7, a Câmara aprovou, em primeiro turno, a cassação. Teve uma abstenção.

Assim como nas primeiras sessões para que a cassação de Freitas seja efetivada, é preciso que pelo menos 20 dos 38 parlamentares se manifeste favorável à cassação nas duas sessões. Se isso não ocorrer, o caso é arquivado. Em junho, o petista teve 25 votos favoráveis contra 5.

Relembre o caso

A Câmara Municipal de Curitiba aprovou no dia 22 de junho, em segundo turno, a cassação do mandato de Renato Freitas. A entrada na igreja no dia 5 de fevereiro deste ano gerou comoção nacional e foi comentada inclusive pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). À época, o chefe do Executivo pediu a investigação dos responsáveis, e a Arquidiocese de Curitiba registrou Boletim de Ocorrência contra o vereador. Na Polícia Civil, o caso está em investigação.

Na Câmara, os vereadores curitibanos entenderam que Freitas praticou quebra de decoro parlamentar. A defesa do vereador alega que ele entrou no templo religioso pacificamente e ao final da celebração. No dia seguinte à cassação, Freitas entrou com recurso para suspender a cassação e o mandato foi restabelecido no começo de julho, mas com a previsão de um novo julgamento. Ao GLOBO, Renato Freitas afirmou que o processo é viciado pela perseguição política e pelo racismo.

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