Política

Câmara aprova urgência de projeto contra portaria sobre trabalho aos domingos e feriados

O governo Lula reverteu normas sancionadas por Bolsonaro, determinando que alguns setores só possam trabalhar aos domingos após acordo com sindicatos

Câmara aprova urgência de projeto contra portaria sobre trabalho aos domingos e feriados
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A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira, 21, a urgência de um projeto de decreto legislativo que pretende derrubar imediatamente a portaria do governo Lula que revogou a permissão contínua de trabalhos aos domingos e feriados. 

Na decisão do governo, a portaria MTE 3.665/23 do Ministério do Trabalho, impõe que alguns setores do comércio e serviços só podem trabalhar aos domingos e feriados mediante negociação com os sindicatos de trabalhadores e de legislação municipal — o que fortalece os sindicatos. 

Antes, com a mudança realizada sob o governo Bolsonaro, as empresas poderiam negociar diretamente com os funcionários. A decisão dependia apenas de cláusula no contrato de trabalho, diante da jornada estabelecida na CLT.

A iniciativa para derrubar a portaria do governo partiu da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, em reunião de líderes com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobretudo com reforço das siglas PL, União Brasil, PP, PSB, PDT, entre outros, que votaram pela urgência da tramitação. 

O Projeto de Decreto Legislativo, de autoria do deputado Luiz Gastão (PSD-CE), argumenta que a medida do governo representa “um retrocesso significativo, inviabilizando o funcionamento de uma série de atividades comerciais cruciais”. 

No documento, são elencadas mais de dez setores que ficariam prejudicados, especialmente nas festas de fim de ano, com a restrição de funcionamento. 

“Além do impacto direto na manutenção de empregos, essa medida traz consigo um impacto substancial na economia nacional”, diz o texto, destacando as arrecadações de impostos no período. 

Ao todo, foram 301 votos favoráveis e 131 contrários à urgência da tramitação do texto. Diante a aprovação, a proposta será analisada em plenário, sem necessidade de passar antes por comissões. 

Leia o projeto na íntegra: 

PDL-405-2023

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