Política

Bolsonaro usou avião da FAB para trazer fuzil que ganhou de príncipe

O ex-presidente também embarcou com uma pistola dada pelo integrante da família real dos Emirados Árabes

Bolsonaro usou avião da FAB para trazer fuzil que ganhou de príncipe
Bolsonaro usou avião da FAB para trazer fuzil que ganhou de príncipe
Ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, durante sua visita oficial aos Emirados Árabes Unidos, em outubro de 2019. Foto: Clauber Cleber Caetano/PR
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) trouxe um fuzil e uma pistola – dados a ele por um dos príncipes dos Emirados Árabes, em outubro de 2019 – no avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O caso foi revelado pelo jornalistaGuilherme Amado, do site Metrópoles.

Juntos, os dois equipamentos podem somar mais de 50 mil reais. O fuzil, contam integrantes da comitiva ao jornalista, é personalizado com o nome do ex-capitão. A manutenção dos itens de alto valor no acervo pessoal – assim como no caso das joias – ferem o acórdão do Tribunal de Contas da União.

Segundo o site, Bolsonaro recebeu o presente já a bordo do avião da Força Aérea das mãos de um enviado do príncipe. De acordo com os relatos, ele teria se animado com o item, que foi então embarcado e integrado ao acervo pessoal de Bolsonaro no Brasil.

Foi nesta mesma viagem que os membros da comitiva presidencial – que passou 10 dias no Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes – receberam relógios de luxo das marcas Hublot e Cartier, avaliados naquela ocasião em até 53 mil reais.

Na semana passada, o TCU determinou a devolução dos relógios. Na decisão, a corte entendeu que “o recebimento de presentes de uso pessoal com elevado valor comercial extrapola os limites de razoabilidade”. Para o tribunal, os relógios apresentam “potencial conflito de interesses” dado ao seu alto valor de mercado. A decisão foi tomada com base em um pedido do deputado Ivan Valente (PSOL-SP).

Como as armas recebidas por Bolsonaro têm valor de mercado semelhante aos relógios, em tese, devem seguir o mesmo caminho determinado pelo TCU no dia 1º de março.

Segundo os integrantes da comitiva disseram à coluna, Bolsonaro registrou o armamento no Exército, como manda a legislação brasileira. Não está claro, porém, se ele pagou o imposto devido neste caso – de 60%, conforme determina a legislação. A Força foi procurada para confirmar se a arma realmente foi registrada, como alegaram as fontes, mas não respondeu. Bolsonaro também não comentou o tema.

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