Política
Bolsonaro teria repassado comando de ‘rachadinha’ a filhos após descobrir traição
Ex-funcionário da família contou que o esquema passou a ser liderado por Flávio e Carlos após traição de Ana Cristina

O ex-funcionário da família Bolsonaro Marcelo Luiz Nogueira dos Santos não apenas contou como funcionaria o repasse de valores no esquema de rachadinha nos gabinetes da família, mas também quem seria o comandante do esquema.
Nogueira afirmou ao colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, que o esquema era liderado por Ana Cristina Siqueira do Valle com aval de Jair Bolsonaro, então deputado federal. Ele teria, porém, repasso o comando aos filhos Flávio e Carlos logo após descobrir uma traição dela, sua esposa à época.
O casal se separou em 2008. Meses antes, segundo o relato do ex-assessor, o capitão teria descoberto que Ana Cristina o traía com o seu segurança, o bombeiro militar Luiz Cláudio Teixeira, responsável pela escolta do clã no Rio de Janeiro. Os filhos teriam então ficado com a responsabilidade de recolher o dinheiro do salário dos funcionários.
Na entrevista, Nogueira conta que soube da traição antes que Bolsonaro e isso teria motivado sua demissão.
“Eu não podia contar para ele, porque eu tinha a confiança dos dois, fiquei numa sinuca. Aí eu tomei a decisão de que era melhor eu me afastar e deixar eles de lado, para que eles resolvessem a vida deles para lá. Se eu ficasse quieto, quando ele descobrisse, eu ia sair como traidor, de ter traído a confiança dele. Se eu contasse para ele, eu ia ficar mal com ela. Não queria ficar mal com ninguém. Então eu me prejudiquei, pedi minha exoneração e coisa e tal”, conta.
O funcionário acrescenta que, quando Bolsonaro soube da sua motivação, conversou com ele para dizer que ele não precisava ter pedido exoneração. “Eu fui o único otário que fui acompanhar ela, e mesmo assim me sinto injustiçado porque ela nunca me deu valor por isso”, revela.
O ex-assessor contou ainda detalhes de outro caso suspeito envolvendo o casal. De acordo com ele, Ana Cristina forjou o roubo de um cofre no Banco do Brasil na tentativa de incriminar Bolsonaro e ficar com a guarda definitiva do filho Renan. No cofre estariam 600 mil em joias, 30 mil dólares e 200 mil reais em dinheiro vivo, segundo a reportagem.
“Ela que esvaziou mesmo. Quem ia esvaziar? O cofre é no nome dele e dela. Ele nem lá… Ela é tão retardada que quis jogar a culpa em cima dele”, afirmou ao ser questionado pelo portal se tinha certeza do que estava contando.
O roubo virou caso de polícia e fez parte da briga pela guarda do ‘04’. As investigações do caso, porém, nunca avançaram. Ana nunca foi até a delegacia prestar depoimento. Na ocasião, Bolsonaro teria dito à Polícia que devolveria o dinheiro se o filho retornasse da Noruega, onde passou a viver com a mãe após a separação. Os dois entraram em um acordo em seguida.
“Ela entrou com um processo contra o Banco do Brasil, mas quando foi intimada, não foi. Ela viu que fez merda e nem apareceu. O processo ficou rolando. Ela que limpou o cofre, antes de decidir as coisas”, acrescentou Nogueira.
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