O presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes de praticarem “perseguição clara” contra ele. A declaração ocorreu durante uma entrevista de mais de uma hora à Rádio Jovem Pan, nesta quarta-feira 16, durante visita oficial à Rússia.
“Continuarei tranquilo como presidente da República, respeitando a Constituição, jogando dentro das quatro linhas. Mas a gente espera que isso tudo tenha um fim. É difícil continuar… Lamentavelmente, três ministros do Supremo Tribunal Federal agindo dessa maneira, com perseguição clara à minha pessoa, claríssima”, disse.
Bolsonaro reagia a uma afirmação de Fachin dada ao jornal O Globo sobre a Rússia possivelmente ser a principal origem de ataques de hackers ao Tribunal Superior Eleitoral. A entrevista foi publicada no dia em que o presidente brasileiro se encontrou com o russo Vladimir Putin.
O ex-capitão disse ser “triste e constrangedor” receber a notícia sobre o comentário do magistrado.
“Isso é lamentável”, afirmou. “Se as urnas são invioláveis, se todo o processo eleitoral é garantido, por que temer possíveis hackers?”
Bolsonaro afirmou ainda que Fachin comprovou que não teria “confiança” no sistema eleitoral.
Os ministros do Supremo protestam contra Bolsonaro desde o episódio do vazamento de um inquérito sigiloso da Polícia Federal, com investigações sobre um ataque hacker ao sistema eleitoral em 2018. O TSE admite a detecção da invasão, mas diz que a ação não interferiu no pleito.
Barroso, no entanto, afirmou na abertura dos trabalhos da Corte neste de que Bolsonaro teria facilitado a ação de novos hackers a partir do vazamento de dados do inquérito.
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