Política
Bolsonaro rebate Moro: ‘Ficou mais de um ano aqui e não aprendeu nada’
Bolsonaro disse aos apoiadores que se considera como a melhor opção de voto em 2022


O presidente Jair Bolsonaro reagiu na manhã desta quinta-feira 11 ao discurso de filiação ao Podemos feito pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Para o ex-capitão, o atual adversário ‘não aprendeu nada’ enquanto esteve no seu governo.
“Vocês gostaram do discurso lido pelo cara ontem? Eu assisti porque ele foi meu ministro. Ele leu o discurso, tinha dois teleprompters do lado…não aprendeu nada. Ficou um ano e quatro meses aqui e não sabe o que é ser presidente, nem ser ministro”, criticou aos apoiadores que o acompanharam no cercadinho em frente ao Palácio do Alvorada.
O presidente ainda disse estar com dificuldades para encontrar um bom candidato para ser seu apadrinhado no governo de São Paulo. Na quarta, Bolsonaro colocou a escolha como a principal condição para fechar sua filiação com o PL, de Valdemar Costa Neto.
Sobre a corrida presidencial, o ex-capitão afirmou que se considera a melhor opção de voto. “Se eu sair fora, sobra o que na mesa aí? Eu não falo que sou bom não, mas o que tá na mesa aí é intragável”, disse um dia depois das pesquisas indicarem sua derrota nas urnas.
Na conversa com os bolsonaristas, o presidente novamente tentou se desvencilhar da responsabilidade pela crise econômica brasileira. “Como é que está a inflação? Já sabem quem é o culpado? Quem não fechou nenhum botequim sou eu”, lamentou. “É impressionante, o cara broxa em casa e eu sou o culpado”, acrescentou mais adiante.
Aos apoiadores, disse ainda não ser o culpado pelo desemprego, que, de acordo com sua visão, não seria real.
“O problema do desemprego chama-se metodologia. Quem está vivendo na informalidade, tá há 10 anos vendendo algo na rua, é tido como empregado e quando foi fechado tudo esse pessoal foi procurar emprego, mas não tinha. Aí entrou tudo na lista dos desempregados. Dai vem a imprensa, a esquerda, acusar que eu aumentei o desemprego no Brasil”, distorceu.
O presidente foi questionado também sobre o Auxílio Brasil e aproveitou para defender a sua atual obsessão, a PEC dos Precatórios, aprovada na Câmara dos Deputados e aguardando votação no Senado Federal.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.