O presidente Jair Bolsonaro (PL) sugeriu a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito contra os dirigentes da Petrobras por conta do aumento do preço dos combustíveis.
A declaração ocorreu na mesma data em que a estatal anunciou um novo aumento no preço dos combustíveis. O preço médio da gasolina subirá de 3,86 reais para 4,06 reais, enquanto o diesel saltará de 4,91 reais para 5,61 reais.
Em entrevista à rádio 96 FM Natal, nesta sexta-feira 17, o chefe do Planalto relatou ter conversado com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sobre a abertura de investigações sobre o presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, e os demais membros da gerência da petrolífera.
“Eu conversei agora há pouco com o Arthur Lira, ele está neste momento se reunindo com líderes partidários, e a ideia nossa é propor uma CPI para investigarmos o presidente da Petrobras, os seus diretores e também o conselho administrativo e fiscal”, declarou.
Bolsonaro acusou os dirigentes da empresa de se preocuparem “apenas com o lucro” e de ignorarem a função social.
“Nós queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles, porque é inconcebível se conceder um reajuste com o combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes que a Petrobras está tendo”, afirmou o ex-capitão.
Aliado de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, o ministro André Mendonça cobrou formalmente da Petrobras explicações sobre os critérios para o reajuste no preço dos combustíveis nos últimos 60 meses.
O magistrado também solicitou informações sobre a política de preços da empresa, que alinha os valores com as oscilações do mercado internacional. O prazo para a empresa se pronunciar ao STF é de cinco dias.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário eleitoral de Bolsonaro, tem criticado a postura do governo em não extinguir a equiparação dos preços ao exterior, política adotada na gestão de Michel Temer (MDB). O petista promete mudar essas regras.
Bolsonaro, porém, argumenta que o governo não pode intervir na Petrobras, preferindo somente mudar o presidente da empresa – o atual está no cargo desde abril. Em maio, o Ministério de Minas e Energia também ganhou um novo chefe: saiu Bento Albuquerque, e entrou Adolfo Sachsida.
Com os novos aumentos, Arthur Lira defendeu a renúncia do novo presidente da Petrobras.
“Saia!!! Pois sua gestão é um ato de terrorismo corporativo”, escreveu o presidente da Câmara no Twitter.
Ele só representa a si mesmo e o que faz deixará um legado de destruição para a empresa, para o país e para o povo. Saia!!! Pois sua gestão é um ato de terrorismo corporativo.
— Arthur Lira (@ArthurLira_) June 17, 2022
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login