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Bolsonaro pode ter levado militares ao erro ou ao cometimento de crimes, diz Flávio Dino

Declaração foi dada após uma reunião com José Múcio, ministro da Defesa

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em audiência no Senado. Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
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O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) disse a jornalistas nesta quarta-feira 23 que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ter dado ordens equivocadas ou feito com que “alguns membros das Forças Armadas tenham cometido erros ou crimes”. As declarações foram dadas após uma reunião com o ministro José Múcio (Defesa).

“Temos a compreensão de separar o que são condutas institucionais de condutas individuais, e nós temos que lembrar também que constitucionalmente o comandante supremo das Forças Armadas é o presidente da República”, destacou. “E talvez, o comandante supremo da época, o ex-presidente da República, não tenha dado ordens corretas. Isso pode ter gerado [uma situação em] que alguns membros das Forças Armadas tenham, eventualmente, cometido erros ou até crimes“.

O encontro entre Dino e Múcio aconteceu em meio ao cerco judicial sobre a participação dos militares no caso das joias e da tentativa de descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro. A reunião teve como pano de fundo uma negativa da Polícia Federal sobre enviar à Defesa os nomes dos militares que receberam o hacker Walter Delgatti Neto no prédio em 2022.

De acordo com o ministro da Justiça, a audiência teve um “clima muito bom” e não tratou sobre a recusa da PF. A liberação depende do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, responsável pela condução das investigações.

Dino também afirmou que não há “agonia” para o acesso às informações, uma vez que há “consenso” de que civis e militares envolvidos em crimes serão investigados e punidos.

“Conversamos um pouco sobre os eventos recentes, mas evidentemente o rumo de investigações da PF não dependem de mim nem do ministro Múcio, tão pouco do comandante general Tomás [Paiva]”, acrescentou. “Há uma ideia de deixar a investigação caminhar e, no tempo certo, as Forças Armadas, com sua autonomia organizativa, irá tomar as providências que forem cabíveis”.

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