Política

À PF, Hacker contou que entrava pela porta dos fundos do Ministério da Defesa

PF, CPMI e Ministério da Defesa ainda buscam a confirmação de que Walter Delgatti esteve no local; modo de entrada pouco usual pode dificultar a missão

O hacker Walter Delgatti em depoimento à CPMI do 8 de Janeiro. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
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O hacker Walter Delgatti Neto disse em novo depoimento à Polícia Federal que entrava pela porta dos fundos do Ministério da Defesa para participar das reuniões sobre o relatório das urnas. A informação do teor da oitiva foi confirmada pelo advogado Ariovaldo Moreira ao site G1.

Segundo o relato do hacker, ele esteve cinco vezes na pasta, a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro, para discutir informações sobre o sistema eleitoral. A alegação é de que o seu conhecimento embasou o relatório produzido pelas Forças Armadas sobre o pleito do ano passado.

Após as afirmações, PF, CPMI do 8 de Janeiro e Ministério da Defesa buscam a confirmação de que os encontros, de fato, teriam ocorrido nas condições e datas expostas por Delgatti. O modo de entrada pouco usual, se confirmado, deve dificultar a missão.

Ao G1, o advogado disse, inclusive, que a opção teria sido adotada justamente com este objetivo: não registrar nos sistemas da portaria principal a presença de Delgatti no prédio.

No final de semana, o jornal Folha de S. Paulo informou ter confirmado com técnicos e integrantes do Ministério da Defesa ao menos um encontro. Sob reserva, as fontes da pasta teriam dito ao jornal que Delgatti foi recebido no prédio no dia 10 de agosto e estava acompanhado do assessor especial da Presidência Marcelo Câmara, que é coronel da reserva.

O relato feito pelas fontes do Ministério ao jornal também apontam o modelo pouco usual de entrada no loca. “Delgatti chegou ao ministério com o coronel Câmara pelo subsolo do prédio, sem fazer registro na portaria. Na sequência, subiu ao oitavo andar e se encontrou com um dos técnicos que compunham a equipe de fiscalização”, descreve a publicação.

Ao jornal, no entanto, os integrantes da pasta contestam parte das informações prestadas pelo hacker. Eles dizem, por exemplo, que ele não teria se encontrado com o ministro Paulo Sérgio Nogueira à época. Outro ponto de discordância seria o de que os conhecimentos do hacker teriam embasado o relatório. A produção do material, alegam, foi iniciada antes do encontro confirmado.

Mais cedo nesta segunda-feira, o atual ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, reforçou o pedido já feito à PF para informar os detalhes das visitas do hacker ao local. Ele alega querer punir os envolvidos.

Com vistas a esclarecer as discordâncias, governistas da CPMI querem convocar o ex-ministro da Defesa para um depoimento. O pedido encontra resistência de bolsonaristas, mas pode ser pautado em sessão deliberativa programado para esta terça-feira. Na oitiva de Delgatti, o hacker disse estar disposto a passar por uma acareação com o general.

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