Apesar dos afagos do presidente ao ministro da Educação, Ricardo Vélez, Bolsonaro nomeou o tenente-brigadeiro Ricardo Machado Vieira para o cargo de secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC), o segundo na hierarquia da pasta. Vieira já foi chefe do Estado-Maior da Aeronáutica. Em fevereiro, tornou-se assessor especial da presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A medida foi publicada nesta sexta-feira 29 no Diário Oficial da União.
A nomeação do militar ocorre no momento de forte desgaste do ministro. Vélez foi chamado para uma reunião com Bolsonaro nesta manhã. O presidente tem feito críticas públicas à condução do ministério.
O Planalto já estaria avaliando nomes para substituir o titular do MEC. A dúvida no entorno do presidente estaria em entregar a pasta a alguém ligado à área militar ou ceder a uma indicação política. Uma lista entregue a Bolsonaro antes da viagem aos Estados Unidos neste mês, já com a crise deflagrada na pasta, voltou a ser considerada.
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Por causa dos movimentos da ala militar para fazer o sucessor de Vélez, a escolha de Vieira para a Secretaria Executiva alimenta os rumores de que o tenente-brigadeiro possa assumir a pasta interinamente, com a demissão de Vélez, segundo o jornal O Globo.
Vieira, mais um militar no governo (Foto: ABr)
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Desde o começo do mês, a gestão de Vélez no MEC enfrenta uma rebelião de alas de servidores que disputam o poder de influenciar decisões da pasta. Seguidores do ideólogo de direita Olavo de Carvalho — o grupo dos olavetes, como se designam — abriram a crise nas redes sociais durante o Carnaval ao denunciarem movimentos das alas de militares e técnicos da pasta, que estariam remanejando olavetes para cargos periféricos do MEC, de modo a neutralizar a influência de Olavo no ministério.
Depois de realizar demissões e remanejamentos de olavetes, Vélez foi forçado a dispensar indicados originários da carreira militar e também demitiu servidores da chamada “ala técnica” da Educação. Apesar disso, o ministro perdeu o apoio entre os olavetes e foi alvo de críticas do próprio guru de Bolsonaro, o que o teria enfraquecido ainda mais perante o Planalto.
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O Planalto resiste a entregar o MEC a um político para não endossar críticas de que estaria praticando “a velha política”. Bolsonaro falou publicamente que o ministro fica no cargo, mas a expectativa no Planalto é que a troca seja efetivada no retorno da viagem a Israel na próxima semana.