Justiça

Bolsonaro não tentou desacreditar a eleição em reunião com embaixadores, defende Nunes Marques no TSE

Ministro disse ainda que não enxergou tentativa de obter vantagem eleitoral por parte do ex-presidente no encontro em que disseminou alegações infundadas sobre o processo eleitoral

O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal. Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF
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O ministro Kassio Nunes Marques, do Tribunal Superior Eleitoral, disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não tentou obter vantagem eleitoral em discurso na reunião com embaixadores de 18 de julho de 2022.

A afirmação foi feita durante seu voto no julgamento que apura a reunião promovida com embaixadores em julho de 2022. Na agenda, transmitida pela TV Brasil, o então presidente repetiu mentiras sobre o sistema eleitoral e atacou instituições. Pouco antes, com o voto de Cármen Lúcia, a Corte formou maioria para tornar Bolsonaro inelegível.

De acordo com Nunes Marques, que ingressou no Supremo Tribunal Federal por indicação de Bolsonaro, as acusações de fraude no sistema de votação, feitas sem provas, não consistiu em tentativa de estimular descrença no processo eleitoral brasileiro.

“Considero que a atuação de Jair Messias Bolsonaro, no evento sob investigação, não se voltou a obter vantagens sobre os demais contendores no pleito presidencial em 2022, tampouco faz parte de tentativa concreta de desacreditar o resultado da eleição”, declarou. O entendimento é semelhante ao de Raul Araújo, ministro que abriu divergência do relator Benedito Gonçalves no caso.

Mais adiante, Nunes Marques insistiu: “o discurso de fraude no processo eleitoral mencionado na reunião objeto desta AIJE sequer foi objeto de impugnação no momento oportuno no âmbito desta Corte”.

Ele foi o segundo ministro a votar em favor da tese de Bolsonaro no julgamento. Ao todo, o placar no caso, neste momento, é de 4 a 2. Além de Benedito Gonçalves e Cármen Lúcia, Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares votaram para deixar o ex-capitão fora das disputas por oito anos. O último a votar é Alexandre de Moraes, presidente do TSE.

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