Política

Bolsonaro não muda discurso e indica que não vai aceitar resultado das eleições

Na conversa com apoiadores voltou a afirmar que não ‘pode permitir que meia dúzia, em um sala escura, conte os votos e decida as eleições’

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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Em sua primeira aparição no cercadinho do Alvorada após a derrota do voto impresso na Câmara dos Deputados, o presidente Jair Bolsonaro voltou a repetir nesta quarta-feira 11 os mesmos discursos e frases das últimas semanas contra as urnas eletrônicas. Mais uma vez, o mandatário indicou que não deve aceitar o resultado das eleições em 2022.

“A gente não pode deixar que meia dúzia de funcionários, numa sala escura, conte os votos e decida as eleições”, afirmou aos apoiadores.

Na avaliação de Bolsonaro, apesar da derrota, a proposta saiu ‘vitoriosa’ do parlamento, já que cerca de metade dos votantes foram favoráveis ao tema. Ainda de acordo com o presidente, boa parte da ‘outra metade’ – abstenções e votos contrários – só foi contra por ter sido ‘chantageada’ por Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Eu estou feliz com o parlamento brasileiro. É uma demonstração que esse pessoal votou de forma consciente e deu um grande recado ao Brasil, que eles não acreditam na lisura das eleições”, declarou.

Bolsonaro fez ainda uma cobrança para essa ‘outra parte’ que votou contra. “Eu pergunto pra aqueles que estão trabalhando por interesses pessoais e que não são interesses do Brasil, se eles querem enfrentar uma eleição no ano que vem com a mácula da desconfiança que não é de agora”, afirmou. Em seguida disse ter certeza de que em breve o número de parlamentares apoiadores da proposta irá aumentar.

O presidente voltou mentir sobre fraudes nas urnas ao evocar um relatório da Polícia Federal sobre uma provável invasão ao sistema da urna. Bolsonaro afirmou que o TSE ‘sabia do esquema e deixou correr solto’ e que ainda teria sido conivente ao ‘limpar a cena do crime’. Também disse que o hacker contratado pelo PT teria desviado 12 milhões de votos seus para Fernando Haddad.

Apesar das acusações infundadas, Bolsonaro admitiu não ter provas de nenhuma das suas alegações. A frase ‘não tenho provas’ foi repetida com ênfase pelo presidente por diversas vezes durante a conversa no cercadinho.

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