Política

Bolsonaro insiste em dificultar vacinação de crianças e reclama da Anvisa: ‘Fechou o diálogo’

‘É impossível falar com o presidente da Anvisa agora’, disse o ex-capitão em transmissão nas redes sociais

Bolsonaro insiste em dificultar vacinação de crianças e reclama da Anvisa: ‘Fechou o diálogo’
Bolsonaro insiste em dificultar vacinação de crianças e reclama da Anvisa: ‘Fechou o diálogo’
Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O presidente Jair Bolsonaro prossegue em sua cruzada para dificultar a vacinação de crianças. Nesta quinta-feira 30, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, disse ser “impossível” dialogar com o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Antonio Barra Torres, após o órgão avalizar a imunização infantil contra a Covid-19.

“Não quero falar mais da Anvisa aqui, porque ela fechou o diálogo, é impossível falar com o presidente da Anvisa agora. Vamos debater isso, está mexendo com a vida das pessoas. Minha esposa se vacinou. Nossa filha, nós entendemos que ela não tem nada a ganhar com a vacina”, declarou o ex-capitão.

Depois de a Anvisa autorizar a vacinação de crianças, Bolsonaro disse que poderia expor os nomes dos servidores do órgão e classificou a decisão de “inacreditável”. Também repetiu que não imunizaria a filha de 11 anos e tornou a se referir à vacina como “experimental” – uma mentira.

Na live de quinta-feira, ainda pediu que as pessoas acompanhem uma audiência pública que ocorrerá no Ministério da Saúde em 4 de janeiro e debaterá a vacinação infantil. A decisão da pasta deve sair no dia seguinte.

Horas antes da transmissão de Bolsonaro, Barra Torres voltou a criticar as declarações do presidente sobre a imunização de crianças.

“Não tenho dúvida de que as duas falas contribuíram sobremaneira para o número aproximado de 170 ameaças de morte, agressão física, violência de todo tipo contra servidores e seus familiares que a Anvisa tem recebido”, disse o presidente da agência em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

O contra-almirante também criticou a consulta pública aberta pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para avaliar a questão, classificando-a como “uma medida que não guarda precedentes na história recente, não guarda precedentes no enfrentamento da pandemia e que está levando, inexoravelmente, a um gasto de tempo, tendo em vista que a nossa análise já foi concluída”.

“Então, como entender a motivação e o que de útil trará uma consulta que, sendo pública, obviamente, permite a participação de todos aqueles que têm conhecimento técnico sobre o assunto e aqueles que não têm? Será uma análise muito complexa desses resultados e tenho dúvidas quanto à utilidade prática dessa ferramenta”, completou Barra Torres.

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