Política

Bolsonaro enviará ministro para posse de Fernández na Argentina

Presidente brasileiro quebra tradições diplomáticas desde que peronista venceu eleição no país vizinho

O presidente Jair Bolsonaro (PSL), acompanhado do ministro da Cidadania, Osmar Terra. (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que enviará o ministro da Cidadania, Osmar Terra, para representá-lo na posse do novo presidente da Argentina, Alberto Fernández. A informação foi confirmada pela assessoria da pasta.

A cerimônia de posse presidencial no país vizinho está marcada para ocorrer no dia 10 de dezembro. Com a ida de Terra, será a primeira vez em 17 anos que um presidente brasileiro não vai participar da solenidade.

Bolsonaro demonstrou incômodo assim que Fernández foi eleito, em 27 de outubro. Na mesma semana, o presidente brasileiro quebrou a tradição diplomática ao não cumprimentar Fernández pela vitória.

“Não vou cumprimentar. Mas não vamos nos indispor. Ele vai assumir, vai tomar pé do que está acontecendo e vamos ver como vai se comportar”, disse o presidente.

Em 28 de outubro, Bolsonaro afirmou que o apoio que Fernández manifesta à soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “uma afronta” à democracia e ao sistema judiciário brasileiro.

No mesmo dia, o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, seguiu o tom do chefe do Palácio do Planalto e afirmou, nas redes sociais, que “forças do mal” celebram a vitória da dupla de Fernández e a vice, Cristina Kirchner.

O filho 03 do presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), chegou a atacar o filho de Fernández pelas redes sociais, Estanislao, que se define como gay e faz performances como drag queen.

Em 31 de outubro, Eduardo publicou uma comparação depreciativa entre uma foto em que posa com uma arma e outra imagem em que Estanislao aparece caracterizado com roupas associadas a um personagem do desenho animado “Pokémon”.

Derrotado pela chapa peronista Fernández-Kirchner, o liberal Maurício Macri presidia o país desde 2015 e tinha apoio declarado de Bolsonaro. Mesmo com o revés no resultado, Macri felicitou Fernández no dia da eleição e prometeu fazer “uma oposição saudável, construtiva e responsável”.

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