Política

Bolsonaro depõe à PF sobre mensagens golpistas em grupo de empresários; relembre caso

Antes do primeiro turno das eleições de 2022, empresários discutiram hipótese de golpe de Estado em caso de vitória de Lula (PT)

FOTO: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai comparecer à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília (DF), para prestar depoimento no inquérito que investiga as ações de empresários suspeitos de articular um golpe de Estado por meio de conversas em um grupo do aplicativo de mensagens WhatsApp. O depoimento está marcado para a tarde desta quarta-feira 18.

Bolsonaro deverá ser acompanhado pelos advogados Daniel Tesser, Fabio Wajngarten e Paulo Bueno nesse que será o seu quinto depoimento à PF neste ano. 

Desde que deixou a Presidência da República, ele já foi ouvido pelas autoridades no âmbito das investigações sobre supostas fraudes nos cartões de vacina da sua família e no caso da apropriação indevida das joias recebidas em viagens oficiais. Além disso, o ex-presidente já prestou depoimento no inquérito sobre os atos golpistas do 8 de Janeiro, bem como para a investigação de um suposto plano de golpe de Estado denunciado pelo Senador Marcos do Val (Podemos-ES).

Articulação golpista em grupo do WhatsApp

O caso sobre o qual Bolsonaro vai depor hoje diz respeito a uma série de incitações a um golpe de Estado. O plano foi discutido pouco antes do primeiro turno das eleições de 2022, em um grupo chamado “Empresários e Política”. Nele, estavam presentes empresários como Luciano Hang (Havan) e Joseph Nigri (Tecnisa). 

Nas conversas, os empresários discutem, antes do pleito, que, em caso de vitória de Lula (PT) sobre Bolsonaro, seria necessário haver um golpe no Brasil. As mensagens foram reveladas pelo portal Metrópoles.

Em uma das mensagens, o empresário José Kuory (Barra World Shopping) chega a apontar que prefere “golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, escreveu. Os empresários negam que tenham tido intenções golpistas.

No último mês de agosto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou o arquivamento contra seis outros empresários que estavam no grupo e participaram das conversas. Entre eles, estavam Afrânio Barreira Filho (Coco Bambu), Ivan Wrobel (W3 Engenharia) e Marco Aurélio Raymundo (Mormaii).

Para o ministro do Supremo, “a investigação carece de elementos indiciários mínimos, restando patente a ausência de justa causa para a sua continuidade”. Entretanto, Moraes concedeu à PF mais sessenta dias para que fossem feitas diligências, justamente, em relação a Hang e Nigri. 

A ideia é que se investigue o vínculos de ambos com Bolsonaro. O depoimento do ex-presidente deveria ter acontecido em agosto, mas foi adiado para hoje após um pedido da defesa do ex-capitão.

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