Bolsonaro deixa a PF após 3 horas de depoimento sobre o escândalo das joias

Segundo a defesa, ele alegou ter tomado conhecimento dos itens apenas em dezembro de 2022, mais de um ano depois de seu governo trazê-los ilegalmente ao País

Foto: Evaristo Sa/AFP

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou por volta das 17h30 desta quarta-feira 5 a sede da Polícia Federal em Brasília, onde prestou depoimento sobre o escândalo das luxuosas joias enviadas pelo governo da Arábia Saudita a ele e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A oitiva começou por volta das 14h30.

Na saída, o advogado do ex-capitão disse à GloboNews que Bolsonaro sustentou à PF a transparência de seus atos sobre as joias e alegou ter tomado conhecimento dos itens apenas em dezembro de 2022, mais de um ano depois de seu governo trazê-los ilegalmente ao País.

Segundo a defesa, Bolsonaro também afirmou não se recordar de quem o avisou sobre a retenção de um dos conjuntos – avaliado em 16,5 milhões de reais – na alfândega do Aeroporto de Guarulhos (SP), em outubro de 2021. Declarou, porém, que “poderia ter sido alguém do Ministério de Minas e Energia”, à época chefiado por Bento Albuquerque.

Na terça 4, a defesa de Bolsonaro devolveu o terceiro conjunto de joias de luxo da Arábia Saudita em uma agência da Caixa Econômica Federal em Brasília. No final de março, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o ex-presidente recebeu pessoalmente e se apropriou do terceiro kit, avaliado em mais de 500 mil reais. O estojo inclui um relógio da marca Rolex fabricado em ouro branco e cravejado de diamantes. O segundo também foi devolvido.

Nesta tarde, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou não poder antecipar as conclusões da investigação sobre as joias, mas disse que os inquéritos estão em fase decisiva.

“Posso afirmar que o trabalho da Polícia Federal está sendo feito com seriedade, caráter técnico e velocidade. Existem múltiplas apurações em andamento e não se trata de uma decisão de governo. São fatos revelados que ensejaram investigações criminais, que estão tendo tramitação normal, sob monitoramento do Ministério Público e do Judiciário”, disse Dino. “Muito em breve os inquéritos serão concluídos. Eles têm prazos.”


Segundo o ministro, as oitivas são importantes inclusive para que os investigados exerçam seu direito de defesa.

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