Política

Bolsonaro critica Maia: “Parece que quer afundar a economia para ferrar o governo”

O presidente não aprovou nomeação do deputado Orlando Silva como relator da MP do corte de salários, por seguir linha sindical

Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega / PR)
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O presidente Jair Bolsonaro criticou, nesta quinta-feira 14, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, por entregar a relatoria da Medida Provisória de redução de cargos e salários ao deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). A atitude foi vista pelo presidente como uma tentativa de “ferrar o governo”. As informações são de reportagem da Folha de S. Paulo.

“Entregar a MP da flexibilização para o PCdoB é para não resolver. Tem gente que não é do governo, que tá dentro da outra Casa, que não quer resolver o assunto, parece que fizeram acordo com a esquerda”, declarou durante uma videoconferência com empresários, a qual a reportagem teve acesso.

“De acordo para quem o comando da Câmara dá a relatoria, ele já sinaliza que não quer resolver nada. Parece que quer afundar a economia para ferrar o governo e para talvez tirar um proveito político lá na frente”, acrescentou.

O que diz a MP?

O texto da MP permite que patrões cortem vencimentos e cargas horárias dos trabalhadores durante a pandemia do coronavírus. Segundo o governo, a medida possibilitaria a manutenção de empregos. A medida provisória autoriza as empresas a reduzirem jornada e salário por até três meses e a suspenderem contratos de trabalho por até 60 dias. As regras já estão em vigor, mas precisam da aprovação do Congresso para serem convertidas em lei. No entanto, ainda não há acordo entre o relator e o Ministério da Economia.

O que defende o relator?

O deputado Orlando Silva defende o aumento da reposição da renda dos trabalhadores, por parte do governo, em relação aos salários suspensos ou reduzidos. Também considera importante fazer com que os sindicatos avalizem os acordos entre empregados e patrões e autorizar o Executivo a prorrogar o programa total ou parcialmente, caso seja necessário. Hoje, a data limite estabelecida para o programa é o dia 31 de dezembro de 2020.

O governo está usando recursos do seguro-desemprego para complementar a remuneração dos trabalhadores. O valor a ser pago varia conforme o corte de salário feito pelo empregador. Pela MP, o governo deve complementar a renda dos trabalhadores com até R$ 1813, valor máximo da parcela do seguro-desemprego. Orlando defende junto à equipe econômica o aumento desse teto para até três salários mínimos, R$ 3.135.

Sua proposta prevê que, trabalhadores que ganhem até três salários mínimos tenham direito à reposição integral. Empregados que recebam acima disso tenham o benefício calculado sobre o novo teto.

O parlamentar e o ministério da Economia divergem quanto aos gastos que isso traria ao governo. Orlando calcula um gatos extra de 16 bilhões. Já a equipe de Paulo Guedes calcula que o custo seria maior, na faixa dos R$ 20 bilhões. O programa tem orçamento de R$ 51,2 bilhões.

A discussão da pauta com o parlamentar não agradou o presidente Jair Bolsonaro. “Não dá pra fazer acordo com a esquerda. Nós sabemos qual é a linha da esquerda, uma linha sindical. É uma linha realmente que não está voltada para o desenvolvimento”, disse.

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