Política

Bolsonaro ataca Moraes e diz que responsável por aval a operação contra empresários é ‘vagabundo’

A nova ofensiva ocorre a quatro dias do 7 de Setembro. No ano passado, o ex-capitão se referiu ao ministro como ‘canalha’

Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes. Fotos: Evaristo Sá/AFP e Nelson Jr./STF
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou neste sábado 3 a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral.

A nova ofensiva ocorre a quatro dias do 7 de Setembro. Na edição do ano passado, o ex-capitão se referiu ao magistrado como “canalha” e ameaçou não cumprir decisões judiciais.

Neste sábado, em evento com mulheres no Rio Grande do Sul, Bolsonaro afirmou que quem recorreu a uma “canetada” para autorizar a operação da Polícia Federal contra empresários bolsonaristas é “vagabundo”.

Moraes foi o responsável por avalizar, a pedido da PF, uma ação contra empresários que defenderam, no WhatsApp, um golpe em caso de vitória de Lula (PT) nas eleições.

Estão na mira da PF os empresários Luciano Hang (Havan), Meyer Nigri (Tecnisa), Afrânio Barreira Filho (Coco Bambu), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), José Isaac Peres (Multiplan), José Koury (Shopping Barra World), Luiz André Tissot (grupo Sierra) e Marco Aurélio Raymundo (Mormaii).

“Vimos há pouco empresários tendo sua vida devassada, recebendo visita da Polícia Federal porque estavam privadamente discutindo um assunto que não interessa o que seja. Eu posso pegar meia dúzia aqui, bater um papo e falar o que bem entender. Não é porque tem um vagabundo ouvindo atrás da árvore a nossa conversa que vai querer roubar nossa liberdade. Agora, mais vagabundo do que esse que está ouvindo a conversa é quem dá a canetada após ouvir o que ouviu esse vagabundo”, disse Bolsonaro no Sul do Brasil.

O candidato à reeleição também afirmou que seu governo “defende acima de tudo a nossa liberdade” e que “não podemos admitir limites na liberdade”.

“O limite quem dá é a lei, e não uma pessoa na canetada. Queremos eleições transparentes. Nós defendemos a Constituição e nunca saímos das quatro linhas da mesma. Tem certas coisas que depois de experimentá-las não tem mais retorno.”

Conforme o despacho de Moraes que autorizou a ação sobre os empresários, “não há dúvidas de que as condutas dos investigados indicam possibilidade de atentados contra a Democracia e o Estado de Direito, utilizando-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais”.

O intuito do grupo, prosseguiu o ministro, seria “lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário, o Estado de Direito a Democracia; revelando-se imprescindível a adoção de medidas que elucidem os fatos investigados, especialmente diante da existência de uma organização criminosa identificada no Inq. 4.874/DF e também no Inq. 4.781/DF, ambos de minha relatoria”.

Os inquéritos mencionados miram a disseminação de notícias fraudulentas e ameaças a autoridades e a atuação de uma “milícia digital” contra a democracia.

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