Política

Lula confronta Bolsonaro sobre imóveis bancados com dinheiro vivo

‘Ele não tem condições de andar de cabeça erguida como eu tenho’, afirmou o petista sobre seu principal adversário nas eleições

O ex-presidente Lula. Foto: Michael Dantas/AFP
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O ex-presidente Lula, candidato do PT ao Palácio do Planalto, relativizou nesta sexta-feira 2 a necessidade de reajustar o tom de seu discurso para rebater alegações de Jair Bolsonaro (PL) sobre supostos episódios de corrupção em governos petistas. Também mencionou potenciais escândalos a envolverem o ex-capitão.

Lula foi questionado, durante entrevista coletiva em São Luís (MA), sobre sua estratégia de não “revidar” ataques de Bolsonaro no debate realizado pela TV Band em 28 de agosto. Ele respondeu que não faz campanha política “ofendendo os adversários” e citou a compra de imóveis em dinheiro vivo por Bolsonaro e alguns de seus parentes.

Na última terça 30, uma reportagem do UOL revelou que metade dos imóveis do presidente e de seus familiares foi adquirida em espécie. Ao todo, giraram pelas mãos do clã desde 1990 mais de 25 milhões de reais – considerada a inflação no período –  usados para comprar terrenos e casas.

“Um cidadão que junto com sua família consegue comprar imóveis gastando 26 milhões em dinheiro vem me chamar de presidiário? Ele sabe que é presidente porque eu fui preso, e sabe que eu fui preso por causa da maracutaia de Sergio Moro [e] a quadrilha montada na força-tarefa do MPF”, afirmou Lula nesta sexta. “Ele não tem condições de andar de cabeça erguida como eu tenho.”

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da Oposição, acionou o Supremo Tribunal Federal para cobrar uma investigação sobre a compra dos imóveis. O relator será o ministro André Mendonça, indicado à Corte por Bolsonaro.

Randolfe pediu que o STF determine a tomada de depoimento de Bolsonaro e parentes como Flávio, Eduardo e Carlos, além de “medidas acautelatórias indispensáveis ao esclarecimentos dos fatos, como o bloqueio de contas e a busca e apreensão dos telefones celulares e computadores utilizados, a sua perícia e a imediata publicidade sobre os conteúdos que digam respeito ao manifesto interesse público”.

No Maranhão, Lula ainda afirmou gostar de debates e justificou sua estratégia de evitar ataques na TV Band.

“Tem um problema: como são muitos candidatos, você fala quatro minutos e fica 18 sem falar. Quando você fica sem a palavra por 18 minutos, não vai bater boca, vai tentar falar alguma coisa positiva para o povo. Acho que vai haver um debate olho no olho, conversando com a pessoa, dizendo as coisas cara a cara. É preciso que as regras facilitem o debate, a troca de ideias, para que o povo compreenda o que está acontecendo.”

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