Política
Bolsonaro associa maior número de mortes por coronavírus a isolamento social
‘A imprensa tem que perguntar para o Doria porque tem mais gente perdendo a vida em São Paulo’, disse em ataque ao governador
O presidente Jair Bolsonaro responsabilizou governadores e prefeitos do País pelo aumento no número de mortes em decorrência do coronavírus, dando a entender que o isolamento social tem relação direta com o crescimento dos óbitos pelo País.
“As medidas restritivas são a cargo dos governadores e prefeitos. A imprensa tem que perguntar para o Doria porque tem mais gente perdendo a vida em São Paulo. Perguntar para ele que tomou todas as medidas restritivas que ele achava que devia tomar”, declarou, em entrevista na porta do Palácio do Alvorada, nesta quarta-feira 28.
Bolsonaro se dirigiu aos seus apoiadores e à área de imprensa depois de ter participado de um café da manhã no Alvorada, onde recebeu pouco mais de 30 deputados e ministros. Durante o evento, o presidente circulou sem máscara e não cumpriu o distanciamento social recomendado. O encontro girou em torno de discutir a pauta da Câmara e a organização da base para barrar investidas da oposição contra o governo.
O presidente também atacou a imprensa por repercutir a sua declaração da terça-feira sobre o aumento do número de mortos no País. “Não adianta a imprensa querer botar na minha conta estas questões que não cabem a mim. Não adianta a Folha de S.Paulo, O Globo, que fez uma manchete mentirosa, tendenciosa”, disse.
Na terça-feira 28, dia em que o País bateu novo recorde de mortos em função da pandemia – foram notificadas 474 mortes em 24 horas – e superou o acumulado de mortes da China, epicentro inicial da pandemia, o presidente declarou: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”. O Brasil somava, até ontem, um total de 5.017 vítimas fatais pelo coronavírus. A China somou, por ora, 4.633 mortes pelo vírus, de acordo com dados da organização Worldometers.
O isolamento social é uma medida defendida pela Organização Mundial da Saúde e ministério da Saúde como forma de prevenir a expansão do vírus e evitar o colapso das redes de saúde pelo País.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.