Política

Bolsonaro afirma ter ligado para Putin neste domingo; Brasil seguirá ‘neutro’ com relação à invasão

Presidente diz que ligação durou cerca de duas horas e teve como tema o conflito com a Ucrânia

Bolsonaro não cedeu aos apelos de Blinken e do governo Biden. Após seguir os protocolos sanitários que se recusa a cumprir no Brasil, o ex-capitão apertou a mão de Putin – Imagem: Freddie Everett/Departamento de Estado dos EUA e Alan Santos/PR
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O presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou em coletiva, neste domingo 27, que ligou para o presidente russo Vladimir Putin para falar sobre o conflito com a Ucrânia. 

O ex-capitão disse que o Brasil adotará um posicionamento neutro, pois não quer “trazer as consequências do embate para o País”. 

“Estive falando há pouco com o presidente Putin, tratamos dos fertilizantes, do nosso comércio, ficamos duas horas ao telefone. Ele falou da Ucrânia, mas me reservo a não entrar em detalhes da forma como vocês gostariam”, disse Bolsonaro.

Bolsonaro não deu mais detalhes sobre a conversa, mas afirmou que é um “exagero falar em massacre” quando questionado sobre a invasão russa. 

“Eu entendo que não há interesse por parte do líder russo de praticar um massacre. Ele está se empenhando em duas regiões do Sul da Ucrânia que, em referendo, mais de 90% da população quis se tornar independente, se aproximando da Rússia. Uma decisão minha pode trazer sérios prejuízos para o Brasil”, disse.

O presidente ainda apontou que manterá a posição neutra pensando em tratados comerciais entre os países. 

“Temos que ter responsabilidade em termos de negócios com a Rússia. O Brasil depende de fertilizantes”, disse.

A coletiva à imprensa foi dada de dentro do Forte dos Andradas, no Guarujá, onde o presidente passa férias. 

Sobre o voto do Brasil na resolução da ONU no sentido de condenar as ações da Rússia, Bolsonaro afirmou que o posicionamento não gerará nenhuma sanção ao presidente Putin. 

“O voto do Brasil não está definido e não está atrelado a qualquer potência. Nosso voto é livre e vai ser dado nessa direção […]. A nossa posição com o ministro Carlos França é de equilíbrio. E nós não podemos interferir. Nós queremos a paz, mas não podemos trazer consequências para cá”, defendeu o posicionamento.

Bolsonaro criticou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, dizendo que o povo “confiou em um comediante”. 

“O comediante que foi eleito presidente da Ucrânia, o povo confiou em um comediante para traçar o destino da nação. Eu vou esperar o relatório da ONU para emitir a minha opinião”, afirmou.

O ex-capitão ainda afirmou que esperará o posicionamento da ONU para omitir uma opinião sobre a invasão.

“Agora, nós devemos entender o que está acontecendo, no meu entender, nós não vamos tomar partido, nós vamos continuar pela neutralidade e ajudar no que for possível em busca da solução”, disse.

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