Política

Bolsonaristas presos no 8 de Janeiro admitiram à polícia intenção de ‘dar golpe’, diz site

Presa disse ter ouvido discurso preparatório para a tomada dos prédios dos Três Poderes em acampamento em frente ao QG do Exército de Brasília

Ação golpista em Brasília em 8 de janeiro. Foto: Ton Molina/AFP
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Depoimentos colhidos dos presos no dia 8 de Janeiro confirmaram as intenções golpistas difundidas no acampamento em frente ao quartel general do Exército em Brasília. A informação é do site Metrópoles nesta sexta-feira 23.

As inquirições feitas pela Polícia Civil do Distrito Federal revelam que os atos que resultaram na depredação dos prédios dos Três Poderes tinham a intenção de derrubar o governo Lula (PT). A informação é repetida em diferentes oitivas e, segundo os presos, teria sido informada por lideranças dos acampamentos. 

Uma das presas assumiu que viajou até Brasília para derrubar o governo federal recém-eleito. A viagem de São Paulo até o DF foi feita em um ônibus oferecido por organizadores sem custos. 

Outra detenta confirmou o “objetivo de ocupar os prédios, sentar e esperar até vir uma intervenção militar para não deixar o Lula governar”.

A mesma narrativa foi corroborada com versões apresentadas por outros presos. A orientação do movimento era para “todos entrarem, sentarem e ocuparem os espaços”. 

Um dos depoimentos ainda afirma que, segundo discurso dos organizadores, se “tivesse muita gente [dentro do prédio], teria o apoio do Exército para evitar a instalação do comunismo no Brasil”.

Uma mulher ainda disse aos policiais ter sido “enganada” para se juntar à manifestação por uma das lideranças do acampamento. Segundo alegou, a mulher lhe assegurou que o grupo faria apenas uma passeata e o real golpe aconteceria somente na segunda-feira, 9 de janeiro.  

“Uma das responsáveis no QG por falar ao microfone disse que seria apenas uma passeata no dia de hoje [8/1], pois amanhã haveria, com a chegada de pessoas do agronegócio e dos caminhoneiros, a invasão e tomada dos Três Poderes”, disse. 

Segundo o relato, a mulher ao microfone era chamada de “Ana Priscila”. A menção, de acordo com o site, provavelmente se refere a Ana Priscila Azevedo, apontada como uma das líderes do acampamento, presa dois dias após a tentativa de golpe.

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