Política

Bolsonarista suspeita de financiar atos golpistas no DF é presa pela PF

Elizângela Braga foi alvo da Operação Ulysses, deflagrada em Campos dos Goytacazes (RJ)

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A bolsonarista Elizângela Braga, uma da suspeitas de ter financiado dos atos golpistas ocorridos em Brasília, se entregou à Polícia Federal na noite de segunda-feira 16 após ser alvo de busca e apreensão.

Segundo a PF, a militante recebia doações e repassava para habitantes de Campos dos Goytacazes (RJ) que estavam acampados na capital federal.

Nas redes sociais, Elizângela atuava como apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No dia 29 de outubro do ano passado, véspera da realização do segundo turno das eleições presidenciais, Elizângela fez uma postagem dizendo que as suas redes sociais estavam “emprestadas para o Bolsonaro”.

A detenção da bolsonarista ocorre em meio à operação Operação Ulysses que, além de Elizângela, tem como alvos Roberto Henrique de Souza Júnior, também preso, e Carlos Victor Carvalho, ainda foragido.

“Durante a investigação, foi possível colher elementos de prova capazes de vincular os investigados na organização e liderança dos eventos”, informou a PF em comunicado. “Além disso, com o cumprimento hoje dos mandados judiciais, será possível identificar eventuais outros partícipes/coautores na empreitada criminosa”.

Quem são os bolsonaristas na mira da PF:

Roberto Henrique foi candidato a deputado federal, em 2018, pelo Patriota, partido que fez parte do governo de Bolsonaro. Ele é subtentente do Corpo de Bombeiros, que confirmou a prisão do militar e afirmou que ele foi encaminhado para o Grupamento Especial Prisional. Em agosto de 2022, Roberto foi condenado pela Justiça Eleitoral por uso irregular do fundo partidário. Ele não realizou a prestação de contas da sua campanha eleitoral.

O secretário de Estado de Defesa Civil do Rio de Janeiro e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Leandro Sampaio Monteiro, confirmou o afastamento de Roberto de Souza das suas funções.

“O Corpo de Bombeiros do Rio repudia veementemente quaisquer atos que ameacem o Estado Democrático de Direito. Será instaurado, ainda hoje, um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a participação do bombeiro da corporação em ataques contra o patrimônio público e em associações criminosas visando à incitação contra os poderes institucionais estabelecidos, o que é inadmissível”, disse o secretário.

O foragido Carlos Victor Carvalho foi candidato a vereador em Campos dos Goytacazes, em 2020, pelo Republicanos. Nas redes sociais, Carvalho, que é conhecido como CVC, se apresenta como líder do movimento Direita Campos-RJ, anticomunista e contra o aborto.

Elizângela Braga e Roberto de Souza estão presos temporariamente. A Operação Ulysses apreendeu, também, celulares, computadores e documentos. Entre os crimes que podem ter sido cometidos pelos investigados, estão os de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação das Forças Armadas contra os Poderes Institucionais.

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