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Bandeirantes em ação

Sob a proteção de Bolsonaro, garimpeiros, madeireiros e grileiros espalham o terror nas comunidades indígenas e correm contra o tempo para se apossar de suas terras

Violentadas por garimpeiros, várias mulheres Yanomâmi deram à luz a filhos de seus algozes - Imagem: Andressa Anholete/Getty Images/AFP
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Estupros, assassinatos e ameaças de morte tornaram-se corriqueiros nos territórios indígenas, alvo de invasores que adentram nas aldeias sem que nada, ou quase nada, seja feito pelo Poder Público. Em meio ao desolador cenário, a violência praticada contra os Yanomâmi, em Roraima, chama atenção. No momento em que a etnia deveria estar celebrando os 30 anos da demarcação de suas terras, completados em 25 de maio, o sentimento no território é de tristeza, revolta e muita insegurança. A comunidade ainda está aterrorizada com o estupro e assassinato de uma adolescente indígena no fim de abril. Lamentavelmente, não é o primeiro episódio. Muitas jovens da tribo foram violentadas e várias delas chegaram a engravidar de seus algozes.

“Os garimpeiros chegam bêbados, atirando. Levam as adolescentes para os acampamentos e lá as estupram. Eles dizem que vão atirar nos pais e maridos que tentam proteger suas filhas e mulheres. Por isso, tem poucos homens que nos defendem, eles também têm medo”, relata a Yanomâmi W.A.K., mãe de três filhos, dois deles frutos de estupros. “É difícil falar sobre isso, é muito sofrimento que a gente passa.” A denúncia é confirmada por Júnior Yanomâmi, presidente do Conselho Distrital de Saúde dos Yanomâmi. “Contei por alto, tem pelo menos 18 bebês filhos de garimpeiros e as mães são menores de idade. Muitas não falam português e eles se aproveitam disso. Não sabem nem o nome do pai, porque vários homens as violentaram.”

ALVO DE CRIMINOSOS E ESTUPRADORES, CERCA DE 30 MIL YANOMÂMI CONVIVEM COM 23 MIL INVASORES

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