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‘Ato pedagógico’: vice-presidente do PT vota para arquivar processos contra Nikolas e Zambelli

As representações contra os deputados bolsonaristas foram derrubadas nesta quarta-feira 9 no Conselho de Ética

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
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Vice-presidente nacional do PT, o deputado federal Washington Quaquá (RJ) votou para salvar a pele de dois parlamentares bolsonaristas durante sessão do Conselho de Ética nesta quarta-feira 9.

Entre os itens analisados na comissão estavam representações de quebra de decoro parlamentar contra Nikolas Ferreira e Carla Zambelli, ambos do PL. Os processos, que poderiam levar à cassação dos mandatos, foram arquivados com o voto de Quaquá.

Durante seu discurso na sessão, o petista defendeu que os colegas votassem pelo arquivamento de todas as denúncias na pauta, independentemente da acusação. Na sequência, disse que a manifestação seria um “ato pedagógico”.

“Eu acho que nós devemos, nesta tarde aqui no Conselho de Ética, negar todas as admissibilidades como ato pedagógico, independente do mérito. Não estou falando em nome do PT, estou falando em meu nome próprio”, pontuou.

No caso de Nikolas, doze deputados votaram pelo arquivamento. O bolsonarista respondia por um discurso transfóbico proferido na tribuna da Câmara.

À época, Ferreira usou a tribuna da Casa para debochar de mulheres trans. Ao vestir uma peruca loira, ele disse se chamar Nicole e afirmou que, por isso, teria “lugar de fala”. Declarou, ainda, que “as mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres”.

Já Carla Zambelli foi acusada de xingar o deputado Duarte Jr. (PSB-MA) durante uma audiência pública na Câmara destinada a ouvir o ministro da Justiça, Flávio Dino.

Na semana passada, o relator havia votado para aceitar a representação, mas mudou de ideia. O placar foi de 15 votos a quatro pela rejeição.

A manifestação de Quaquá difere da avaliação de outros petistas. Gleisi Hoffmamn, presidenta nacional do partido, criticou o arquivamento das representações.

Sem citar o colega, Gleisi chamou a decisão de “absurda” e disse que a Câmara perdeu “uma grande chance de dar punição pedagógica e civilizatória enquanto o tratamento com as deputadas é diferente”.

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