Justiça

‘Ataque extravagante’, diz Dino sobre ameaça de denúncia no Tribunal de Haia

O ministro da Justiça afirmou ser alvo de uma ‘onda desvairada de ataques’; senador bolsonarista disse que irá ao TPI

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou ter sido alvo de um “ataque extravagante”, ao se referir a uma ameaça de denúncia no Tribunal de Haia contra a sua gestão.

Dino publicou a postagem na rede social X, o antigo Twitter, nesta terça-feira 19.

“Tenho recebido uma onda desvairada de ataques, desde agressões vis até a já conhecida indústria de fake news. Claro que mantenho a serenidade e a firmeza, como sempre. Além dos xingamentos habituais, chegaram a duvidar se eu tenho conhecimento jurídico”, escreveu o ministro.

“Porém o ataque mais extravagante é me denunciar por ‘crime de guerra’, no Tribunal Penal Internacional. Quer dizer que admitem que no dia 8 de Janeiro os vândalos estavam em guerra? Contra quem? Contra o Brasil?”, completou Dino.

A declaração foi concedida um dia após o senador Jorge Seif Júnior (PL-RJ), ex-ministro da Pesca de Jair Bolsonaro (PL), sugerir que acionaria o Tribunal Penal Internacional contra Dino.

O bolsonarista fez o anúncio durante uma entrevista a um canal no YouTube intitulado Fator Político BR.

“Nós vamos lá no Tribunal de Haia, nós vamos no Capitólio, nos Estados Unidos, nós vamos em Portugal, nós vamos na Espanha, denunciar tudo isso o que vocês estão vendo”, afirmou o senador.

O parlamentar reverbera a tese da oposição bolsonarista na CPMI do 8 de Janeiro, segundo a qual o governo Lula teria se omitido e colaborado com a depredação dos prédios dos Três Poderes.

Os bolsonaristas tentam emplacar a versão de que Dino e o general Gonçalves Dias, então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, teriam prevaricado de forma intencional.

Esses parlamentares se mobilizam para apresentar um relatório “paralelo” na CPMI, já que a relatora, Eliziane Gama (PSD-MA), não tem aderido a essa alegação e, portanto, não deve incluí-la no parecer final.

Além de a senadora não dar crédito à tese bolsonarista, a maioria dos parlamentares da CPMI, que compõem a base do governo, também não daria votos para aprovar um relatório com essa versão.

Na CPMI, bolsonaristas já apresentaram requerimentos para convocar Dino, mas não viabilizaram a aprovação.

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