Política

Assembleia de PE reelege presidente em votação antecipada e impõe novo revés a Raquel Lyra

Álvaro Porto ficará à frente da Alepe até o final de 2026, quanto termina o mandato da governadora

Raquel Lyra (PSDB) toma posse como governadora de Pernambuco — Foto: Divulgação/Assembleia Legislativa de Pernambuco
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A Assembleia Legislativa de Pernambuco reconduziu o deputado Álvaro Porto (PSDB) à presidência da Casa nesta terça-feira 14, em mais um revés para a governadora Raquel Lyra (PSDB). A eleição, antecipada a partir de uma manobra dos parlamentares, estava prevista inicialmente para o começo de 2025.

Porto obteve 40 votos favoráveis à recondução, enquanto cinco deputados votaram em branco. Três parlamentares estavam ausentes e um anulou o voto. Apesar de estar no mesmo partido da governadora, o parlamentar tem relação desgatada com a gestão e busca dar uma imagem de independência à Assembleia.

“Aqui, não se trata de governo nem de oposição. Trata-se de uma Casa plural, que vem fazendo um trabalho voltado para o povo de Pernambuco. Até hoje, [de] todos os projetos enviados pelo governo do estado, o que foi bom para Pernambuco e para o povo foi aprovado. E esse trabalho vai permanecer”, destacou Porto ao discursar na tribuna.

Ele foi eleito presidente da Casa em fevereiro para um mandato que duraria até janeiro de 2025. No entanto, há exatamente uma semana o plenário aprovou o adiantamento da próxima disputa e ele ficará no cargo até o final de 2026, quando o governo de Lyra terminará.

A antecipação da eleição foi aprovada no dia 7. A proposta de emenda à Constituição estadual, de autoria do deputado João de Nadegi (PV), teve 40 votos favoráveis e nenhum contrário.

No Palácio Campo das Princesas, sede do governo estadual, a manobra para antecipar a eleição é vista como um movimento para elevar a pressão dos deputados por melhoria na articulação política e cargos no primeiro e no segundo escalões.

Atualmente, a governadora tem uma base de 12 deputados, que representa 24% da Casa. A relação pouco amistosa entre Legislativo e Executivo atingiu seu ápice no início de outubro, quando os parlamentares derrubaram, por 30 votos a 10, todos os vetos de Lyra à Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Nos bastidores, os deputados se queixam da falta de diálogo com a tucana e da dificuldade na liberação de recursos para as bases eleitorais. Além disso, dizem ver açodamento na forma como o governo estadual envia projetos à Assembleia, sem abrir margem para discussão prévia das propostas.

Mais cedo, Lyra projetou a reeleição de Porto “sem muitos problemas” e contemporizou a antecipação do pleito, ressaltando que a Assembleia tem “autonomia para decidir o melhor caminho”. A governadora foi questionada sobre o tema por jornalistas após um evento no Recife.

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