Política

Após reação de Fachin, Bolsonaro diz que Forças Armadas ‘não servirão de moldura’ na eleição

Nesta sexta, o presidente do TSE voltou a defender a Justiça: ‘Não permitiremos a subversão do processo eleitoral’

Após reação de Fachin, Bolsonaro diz que Forças Armadas ‘não servirão de moldura’ na eleição
Após reação de Fachin, Bolsonaro diz que Forças Armadas ‘não servirão de moldura’ na eleição
Foto: Sergio Lima / AFP
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O presidente Jair Bolsonaro voltou a se manifestar sobre o processo eleitoral, em meio às suas tentativas de pressionar o Tribunal Superior Eleitoral, e tornou a mencionar o papel das Forças Armadas no pleito. Nos últimos dias, o presidente do TSE, Edson Fachin, tem reagido à ofensiva bolsonarista.

Nesta sexta, o ex-capitão participou da 56ª Convenção Nacional do Comércio Lojista, em Campos do Jordão (SP). Ao discursar, tornou a atacar adversários políticos e disse querer “eleições limpas, transparentes e com voto auditável”.

“Convidaram as Forças Armadas a participarem do processo eleitoral. Elas fizeram o seu papel, não foram lá para servir de moldura a quem quer que seja. E hoje nos atacam como se as Forças Armadas estivessem interferindo no processo eleitoral. Longe disso.”

Mais cedo, Fachin defendeu a atuação da Justiça ante ataques ao sistema eletrônico de votação. O ministro declarou que não permitirá “a subversão do processo eleitoral”.

Durante o Congresso Brasileiro de Magistrados, em Salvador, o ministro não mencionou diretamente Bolsonaro, que dobrou a aposta em declarações que tentam deslegitimar as eleições. Cobrou, porém, que “todos os Poderes digam, sem subterfúgios, que vão respeitar o processo eleitoral de outubro de 2022”.

A nenhuma instituição ou autoridade a Constituição permite poderes que são exclusivos da Justiça Eleitoral. Não permitiremos a subversão do processo eleitoral”, disse Fachin. “E digo, para que não tenham dúvida: para remover a Justiça Eleitoral de suas funções, terão que antes remover este presidente da sua presidência”.

E completou: “Diálogo, sim. Joelhos dobrados, jamais”.

Na quinta-feira 12, Fachin reafirmou que o Brasil terá eleições limpas e que “ninguém e nada interferirá” no processo. Ele disse ainda que “quem trata de eleição são forças desarmadas”. Horas depois, em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro criticou Fachin e disse não saber “de onde ele está tirando esse fantasma de que as Forças Armadas querem interferir na Justiça Eleitoral”.

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