Política

Após pregar ‘união’ em novo partido, Bivar alfineta filiados: ‘se adaptem ou sigam outro caminho’

O ex-comandante do PSL irá presidir o União Brasil, novo partido da direita que surge da fusão com o DEM

Luciano Bivar. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O União Brasil, partido criado da fusão entre DEM e PSL, nem bem saiu do papel e já vacila no discurso de unir o País. Luciano Bivar, ex-presidente do PSL e atual comandante da nova legenda, disse que antigos filiados devem se adaptar ou seguir outro caminho.

“Nós temos um programa e cada um tem que se adaptar àquilo. Eu sou partidarista. Qualquer um que esteja confortável ou desconfortável, que tome os caminhos que melhor lhe aprouver”, disparou aos recém-filiados em entrevista ao jornal O Globo, publicada desta sexta-feira 8.

Na quarta-feira 6, ao ser aprovada a fusão entre DEM e PSL, os dirigentes do novo partido liderado por Bivar prometiam unir o País no novo projeto. A fusão, vale ressaltar, ainda precisa ser aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Questionado se os ministros do atual governo de Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni e Tereza Cristina, antigos filiados do DEM, devem se manter no União Brasil, Bivar se esquivou: “O que nós queremos é que todos que estejam no PSL e no DEM permaneçam”, disse.

Na entrevista, Bivar também não forneceu indícios contundentes de que deve ser uma oposição ao atual governo. Segundo explicou, se a sua bancada, que será a maior do Congresso após a fusão, quiser que o partido ‘converse’ com Jair Bolsonaro, ele irá conversar.

“Eu sou o porta-voz do União Brasil, e circunstancialmente sou o presidente. Mas nada será feito no partido sem comum acordo com a bancada. Não digo só em relação a Bolsonaro, mas a qualquer líder. Tenho que combinar com a bancada do União Brasil. Eu sou como um príncipe do Palácio de Buckingham, que só vai em coisas mandado pelo primeiro-ministro. Uma representação mais litúrgica”, explicou.

Bivar foi o líder da campanha de Bolsonaro em 2018, no entanto, rompeu relações com o atual presidente após o início do mandato. As divergências fizeram com que o ex-capitão pedisse o desligamento do PSL e, em muitos momentos, fosse tratado como oposição, ainda que na prática os votos da bancada do PSL no Congresso sejam quase sempre em favor do atual governo.

Ainda na conversa, Bivar não respondeu quem deverá ser o candidato do novo partido nas eleições de 2022, alegando ter uma ‘infinidade de opções’.

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