A Agência Nacional de Vigilância Sanitária declarou repúdio contra as ameaças do presidente Jair Bolsonaro (PL) em divulgar os nomes dos técnicos envolvidos na aprovação da vacina para crianças a partir de cinco anos.
Em nota publicada nesta sexta-feira 17, a Anvisa citou nominalmente o presidente da República e disse “se encontra no foco do ativismo político violento”, devido a ameaças de agentes antivacina recebidas por profissionais da Agência, em outubro, após rumores de que aprovariam a aplicação do imunizante da Pfizer para as crianças.
“A Anvisa está sempre pronta a atender demandas por informações, mas repudia e repele com veemência qualquer ameaça, explicita ou velada que venha constranger, intimidar ou comprometer o livre exercício das atividades regulatórias e o sustento de nossas vidas e famílias: o nosso trabalho, que é proteger a saúde do cidadão”, diz a nota.
A instituição disse ainda que “seu ambiente de trabalho é isento de pressões internas e avesso a pressões externas” e que o serviço realizado “é pautado na ciência”, para oferecer “opções seguras, eficazes e de qualidade” para o Ministério da Saúde.
A nota de repúdio da Anvisa foi assinada pelo presidente Antônio Barra Torres e pelos diretores Meiruze Sousa Freitas, Cristiane Rose Jourdan Gomes, Romison Rodrigues Mota e Alex Machado Campos.
Outra manifestação veio da Univisa, a associação que representa os servidores da Anvisa. A organização disse que o ato de Bolsonaro configura “método abertamente fascista” e que pode provocar “resultados trágicos”.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login