Política

Antes crítico, Bolsonaro admite acordo com Valdemar Costa Neto: ‘Alinhar objetivos’

‘Vou priorizar o Senado’, disse o presidente dando a entender que o aliado ficará com as indicações do partido à Câmara

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar da sua quase certa filiação ao PL, do ex-deputado Valdemar Costa Neto. Em conversa com apoiadores no cercadinho do Alvorada nesta terça-feira 9, o ex-capitão admitiu ter fechado um acordo e explicou detalhes do combinado.

Pela declaração, o ex-capitão deixou a entender que escolherá quem serão os candidatos ao Senado apoiados pelo PL e o dirigente ficará com as indicações do partido à Câmara. Recentemente, Bolsonaro havia dito que queria um partido para ‘chamar de seu’ e ‘ficasse sob seu domínio’, em que pudesse indicar nomes para as duas casas do legislativo.

“Tá quase certo com o PL, tem mais uma conversa pra acertar um estado ou outro pra gente partir pras eleições. Vou priorizar da minha parte o Senado. Não queiram tudo, porque o partido não é meu, tem uma pessoa lá que fez o acordo comigo e nós temos que alinhar os nossos objetivos, só isso”, explicou aos bolsonaristas.

Na conversa, admitiu que será questionado por outros aliados pela escolha da nova legenda. Segundo ele, muitos irão atacá-lo porque no PL não terão apoio para serem candidatos.

“Tem gente que vai reclamar: ‘por que eu não tô vindo candidato?’, porque não tem legenda pra você, ué. Todo mundo que é candidato pensa que tá eleito, não é isso. Se você botar cara que não tem potencial de voto, tem tudo pra não fazer nenhum deputado federal, porque não faz coeficiente”, disse.

As declarações soam como uma justificativa ao ‘fogo amigo’ que deverá acontecer durante as eleições, em que Bolsonaro terá que escolher para quem atuará como ‘cabo eleitoral’.

Na conversa, o presidente também se mostrou irritado com críticas de quem se diz apoiador. Segundo disse aos presentes, sem ele, estarão sozinhos.

“O cara quer tocar fogo na canoa, mas não tem um toco de bananeira do lado dele. Vai atravessar o rio cheio de piranha nadando, vai morrer e ser comido no meio do caminho”, destacou em tom irritado.

Antes, havia questionado a um eleitor presente sobre quem seria outra opção de voto no seu lugar.

“Se eu infartar hoje você vai votar em quem? Responde aí…Enquanto não tiver ninguém melhor do que eu, vão dar pancada em mim”, argumentou tentando minimizar ataques de aliados.

A reclamação no cercadinho era sobre possíveis fraudes no sistema eleitoral e a não aprovação do voto impresso.

“Sei dos problemas, vocês devem estar acompanhando o que busquei fazer. Nós já conseguimos uma grande vitória, as Forças Armadas vão participar das eleições. A proposta [uma variação do voto impresso com auditoria do Exército levada por um apoiador] pode ser bacana, mas eu não tenho meios pra levar”, afirmou Bolsonaro.

“Pessoal pensa que presidente pode tudo, dá a caneta BIC e créu. Não é assim”, acrescentou, rebatendo a insistência do apoiador em mostrar detalhes da proposta.

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