Política

‘Anão moral’: Renan sobe o tom contra possibilidade de novo mandato para Aras

A chance de o PGR ser reconduzido ao cargo reacendeu a disputa entre o senador e o presidente da Câmara, Arthur Lira

Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) realiza sabatina de três indicados para chefiar missões diplomáticas do Brasil. Os nomes indicados são para as embaixadas brasileiras na Austrália, na Itália e na Romênia. Mesa: presidente da CRE, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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O senador Renan Calheiros (MDB-AL) reforçou suas críticas ao procurador-geral da República, Augusto Aras, cujo mandato se encerra em setembro. A recondução do chefe do Ministério Público Federal ao cargo não foi descartada pelo presidente Lula.

“Aras perdeu uma condição fundamental a qualquer PGR: o respeito dos ministros do Supremo. Seria um anão moral”, disparou o parlamentar em mensagem nas redes sociais. “A Corte sabe muito bem o que ele fez nos verões passados: engavetou investigações contra Bolsonaro e silenciou no golpe.”

Renan publicou, também, uma imagem em que Aras e o ex-presidente Jair Bolsonaro aparecem em um diálogo.

Nos últimos dias, o senador tem elevado o tom de suas críticas ao trabalho do procurador-geral. Em 11 de julho, escreveu nas redes que Aras “não tem condições mínimas de seguir na PGR” e que, “além de parcial, blindando Bolsonaro e amigos, perseguiu adversários e foi a mudez mais fatal na pandemia e no golpismo”.

A possibilidade de Aras receber um terceiro mandato reacendeu a disputa entre Renan e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Adversários ferrenhos em Alagoas, os dois acumulam uma extensa lista de embates judiciais, inclusive no Supremo Tribunal Federal.

Conforme mostrou CartaCapital, a Procuradoria tomou nos últimos meses decisões que socorreram o deputado em situações difíceis perante a Justiça e a polícia.

“Aras mudou o ritmo e o nível do Ministério Público e muitas vezes é mal entendido. Por mim, é renovado no cargo”, disse Lira em entrevista ao jornal O Globo no final de abril. De lá para cá, o presidente da Câmara não teve motivos para mudar de opinião.

No início de abril, a PGR havia pedido que o STF arquivasse uma denúncia oferecida contra Lira por corrupção passiva. O caso envolve a apreensão de 106 mil reais em espécie com um ex-assessor do parlamentar. Em junho, a Primeira Turma da Corte aceitou um recurso da defesa e decidiu não tornar Lira réu no processo.

Também em junho, Aras pediu a suspensão do inquérito da Polícia Federal que atinge aliados de Lira – incluindo um ex-assessor, Luciano Cavalcante – e o envio do caso ao Supremo. No início de julho, o ministro Gilmar Mendes suspendeu a investigação da Operação Hefesto.

Em entrevista à Record TV na quinta-feira 13, Lula disse nunca ter conversado pessoalmente com Augusto Aras, mas não afastou a possibilidade de indicá-lo para o terceiro mandato.

“Possivelmente eu vou conversar com o Aras, como eu vou conversar com outras pessoas, e eu vou sentir o que é que as pessoas pensam, e no momento certo eu indicarei.”

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