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Aliados até ontem, candidatos a governador escondem Jair Bolsonaro na campanha por temer o contágio da rejeição

Sai da minha aba. Cláudio Castro só esteve com o presidente no 7 de Setembro e em um jogo do Flamengo. Na tevê e no rádio, o ignora completamente. Eleito no embalo da onda bolsonarista, Romeu Zema também guarda distância segura do “Mito” - Imagem: Rogério Santana e Redes sociais
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As cinco imagens de candidatos a governador que ilustram esta reportagem têm uma coisa em comum: Jair Bolsonaro não aparece em nenhuma. Objeto de rejeição superior a 50%, segundo diversas pesquisas, o ex-capitão prova de um conhecido veneno nesta reta final de campanha. Aliados que vislumbram a possibilidade concreta de vitória nas urnas fogem de Bolsonaro como o diabo foge da cruz, apavorados com a possibilidade de se contaminarem com o repúdio, sem paralelo na história republicana, a um presidente que tenta a reeleição. Para se ter uma ideia do fardo em que se transformou Bolsonaro, basta comparar sua rejeição com as de Fernando Henrique Cardoso (17%), Lula (18%) e Dilma Rousseff (24%), quando disputaram um segundo mandato.

O afastamento de governadores que surfaram na onda bolsonarista em 2018 e agora tentam se reeleger teve início no período agudo da pandemia, com Ronaldo Caiado em Goiás. Depois, estendeu-se a Romeu Zema em Minas Gerais e a Ratinho Jr. no Paraná. Na Bahia, onde o ex-prefeito de Salvador e líder nas pesquisas ACM Neto dizia-se candidato natural do bolsonarismo, o capitão foi deixado para trás ao longo do percurso. Também em primeiro nas pesquisas, Cláudio Castro esconde Bolsonaro em sua campanha no Rio de Janeiro, mesmo sendo seu correligionário. Na outra ponta da corda, candidatos com a imagem associada ao presidente aparecem com poucas chances de vitória em estados fundamentais, casos de Tarcísio de Freitas em São Paulo, Onyx Lorenzoni no Rio Grande do Sul, Carlos Viana em Minas e João Roma na Bahia.

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