Política
Alckmin como vice de Lula e federação com PSB não são unanimidades entre petistas
Antes do acordo ser selado, o partido precisará enfrentar alguns obstáculos de parte de seus integrantes e da militância


A formação de uma federação com outros partidos e ter o ex-governador Geraldo Alckmin como vice do ex-presidente Lula não são unanimidades no PT. Antes do acordo ser selado, o partido precisará enfrentar alguns obstáculos de parte de seus integrantes e da militância.
Um dos expoentes da resistência é o ex-presidente da sigla Rui Falcão. Para o deputado, o melhor para o partido seria uma coligação majoritária sem a necessidade formal de uma federação.
“Há lideranças de partidos que não querem se federar, mas vão apoiar o Lula”, diz em conversa com CartaCapital nesta quinta-feira 10. “O [senador] Renan Calheiros e o [governador] Renan Filho, do MDB, e o [senador] Omar Aziz, do PSD, vão fazer palanque para o Lula”.
As negociações para a federação – que inclui PT, PSB, PC do B e PV – têm esbarrado na divergência sobre quem será o cabeça da chapa na disputa pelo governo de São Paulo na distribuição dos postos de comando do agrupamento.
Na quarta-feira 9, Lula reforçou o desejo do PT de lançar o ex-prefeito Fernando Haddad ao governo de São Paulo. No mesmo dia, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, manifestou o desejo de ter Márcio França como o candidato.
Falcão também critica a escolha por Alckmin, que deve ser oficializada após o encontro nacional do PT. A tendência é que o ex-tucano se filie ao PSB, mas o Partido Verde deixou as portas abertas para que o ex-governador se torne o embaixador do meio ambiente do governo.
“Supõe-se que ele não vai levar o Ricardo Salles [que foi secretário de Alckmin] junto”, ironizou Falcão.
Apesar dos obstáculos, a maioria do PT defende o ex-governador como vice. “O Lula colheu muito bem essa ideia de ter o Alckmin”, afirmou o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) em entrevista ao Direto da Redação, boletim diário de notícias no canal de CartaCapital no Youtube.
Para o parlamentar, não há margem de comparação entre Alckmin e o ex-vice-presidente Michel Temer (MDB), tratado pelos simpatizantes do partido como um dos responsáveis diretos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Assista a entrevista:
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.