Economia
‘Ainda não ganhamos’, diz Campos Neto sobre combate à inflação
Em evento nos EUA, o presidente do Banco Central também exaltou o resultado do PIB: ‘Bastante bom, acima da média’
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira 1º que, apesar de um cenário de queda, a “batalha contra a inflação” não está ganha. Ele também destacou, durante participação no Lide Brazil Development Forum, nos Estados Unidos, ser preciso garantir “a última milha” do processo para que o índice não volte “mais alto e mais persistente”.
“A inflação no Brasil em 12 meses está contaminada pelo último semestre do ano passado, que teve aquelas medidas de desoneração, mas a inflação bateu na meta, que é 3%, e voltou a subir um pouquinho”, pontuou. “Hoje o mercado estima que vai continuar subindo no ano, mas é um efeito estatístico.”
Campos Neto acrescentou que a inflação cheia e o núcleo de serviços estão caindo e que os números, de forma geral, estão melhorando, mas de forma “bastante lenta”.
O presidente do BC também comemorou a alta de 0,9% no Produto Interno Bruno no segundo trimestre.
“O PIB foi bastante bom, muito acima da média, e com elementos bons. A indústria veio melhor, os serviços vieram melhores”, prosseguiu. “As diversas reformas que foram feitas com apoio do Congresso cumulativamente estão fazendo efeito. Estamos há 15 meses com surpresas positivas o tempo todo.”
Ainda assim, de acordo com Campos Neto, seria necessária uma “convergência fiscal” no Brasil para possibilitar a manutenção de juros mais baixos por um período maior. Atualmente, a taxa Selic está em 13,25% ao ano.
Mais cedo, o presidente Lula (PT) voltou a criticar o índice da taxa básica de juros e contestou Campos Neto pela falta de diálogo com ele. As declarações foram concedidas durante uma cerimônia em Fortaleza (CE).
Questionado sobre as afirmações do petista, Campos Neto evitou comentá-las e disse que focaria no trabalho à frente do banco.
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