Política

AGU volta atrás e considera entregar trechos da reunião entre Bolsonaro e Moro

Em seu depoimento à PF, Moro afirmou que, durante a reunião, foi ameaçado de demissão por resistir à mudança de comando na Polícia Federal

Foto: Marcos Corrêa/Fotos Públicas
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A Advocacia geral da União (AGU) fez novo pedido ao ministro do STF, Celso de Mello, para reconsiderar a entrega do vídeo da reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e ministros, citadas no depoimento de Sérgio Moro. A nova petição é assinada pelo advogado-geral da União, José Levi Mello do Amaral Junior.

A decisão difere da tomada um dia antes, quando o mesmo advogado havia pedido para não entregar o vídeo sob a alegação de que na reunião “foram tratados assuntos potencialmente sensíveis e reservados de Estado, inclusive de Relações Exteriores, entre outros”. No entanto, a AGU pede que sejam entregues somente trechos da reunião realizada no dia 22 de abril, e que estejam diretamente ligadas às declarações do ex-ministro.

Um trecho da petição diz “rogar seja também avaliada a possibilidade de reconsiderar a ordem de entrega de cópia de eventuais registros audiovisuais de reunião presidencial ocorrida no dia 22 de abril de 2020, para que se restrinja apenas e tão-somente a eventuais elementos que sejam objeto do presente inquérito”.

Em seu depoimento à Polícia Federal no último dia 2, Moro afirmou que, durante a reunião, o presidente Jair Bolsonaro o teria ameaçado de demissão devido a sua resistência à troca do comando na Polícia Federal. Boslonaro exonerou o então diretor da PF, Maurício Valeixo, o que levou à demissão de Moro do cargo.

Na terça-feira 5, o ministro Celso de Mello havia determinado que o vídeo da reunião fosse entregue em até 72 horas. O ministro é o relato do caso no STF, que investiga possíveis crimes nas declarações de Moro cedidas à PF, após a sua saída do governo.

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