A taxa de juros não pode ser uma barreira para o crescimento do Brasil, diz Padilha

Em entrevista a CartaCapital, o ministro das Relações Institucionais demonstrou preocupação com a Selic e defendeu o debate sobre o tema

Padilha e Lula. Foto: Sergio LIMA / AFP

Apoie Siga-nos no

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que um dos objetivos do debate sobre a taxa de juros é evitar barreiras para o crescimento econômico do País. A declaração foi concedida em entrevista ao canal de CartaCapital no YouTube, nesta segunda-feira 13. 

O receio, sustenta o petista, é de que a Selic tenha impacto negativo em futuras negociações.

“Nós estamos criando um ambiente muito positivo para trazer investimento e voltar a crescer a economia. A taxa de juros não pode ser uma barreira para isso”, ponderou o ministro, em referência ao retorno de parcerias estratégicas viabilizadas pela política exterior. Episódios recentes envolvem a reunião de Lula com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a vinda do chanceler alemão, Olaf Scholz, ao País. 

“Existe um debate público que a própria lei de autonomia do Banco Central permite. Eu acredito que ninguém quer taxa de juros tão elevada, nem o atual presidente do BC, nem a diretoria do BC. Então, tem de ser discutido o que precisa ser feito no País para que a gente possa reduzir e não ter uma taxa tão desproporcional.”

Há quatro reuniões o Comitê de Política Monetária mantém a Selic em 13,75% ao ano e, apesar das críticas, o Banco Central sinaliza a disposição de manter os juros elevados. Na ata do mais recente encontro do Copom, em 1º de fevereiro, a instituição mencionou “a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva”. Avaliou, porém, que o pacote fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “atenuaria os estímulos fiscais sobre a demanda, reduzindo o risco de alta sobre a inflação”.

Nos últimos dias, economistas, parlamentares e o próprio presidente Lula (PT) teceram críticas à atual condução da política monetária.


“Não é nenhum tabu qualquer liderança política do País, ainda mais o presidente da República, querer fazer um debate público sobre isso. Eu não diria que nesse debate público tem qualquer tipo de desconfiança ou confiança em relação a qualquer diretor do Banco Central e seu presidente, mas é um debate público que precisa ser feito”, declarou Padilha a CartaCapital.

Assista à entrevista na íntegra:

?feature=oembed" frameborder="0" allowfullscreen> src="https://i.ytimg.com/vi/CzXUazg2_2o/hqdefault.jpg" layout="fill" object-fit="cover" alt="AO VIVO: Entrevista com ALEXANDRE PADILHA">

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.