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Manifesto de economistas critica Selic em 13,75%: ‘Não há justificativa’
Especialistas renomados dizem que a taxa de juros está em nível ‘inaceitável’
Economistas renomados divulgaram um manifesto em que reivindicam a redução da taxa de juros pelo Banco Central, em favor da “retomada do desenvolvimento com estabilidade sustentável”.
O documento é divulgado após a instituição, em 1º de fevereiro, ter anunciado a manutenção da taxa Selic em 13,75%, patamar em vigor deste agosto do ano passado. O percentual baseia as cobranças de juros no País.
Disponível como abaixo-assinado na plataforma Change.org, o manifesto já tem mais de cinco mil signatários. Encabeçam a iniciativa os seguintes especialistas:
- Luis Carlos Bresser-Pereira
- Leda Paulani
- Monica de Bolle
- Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo
- Luciano Galvão Coutinho
- Nelson Marconi
- Antonio Correa de Lacerda
- Clélio Campolina
- Paulo Nogueira Batista Jr.
- Lena Lavinas
O texto diz que “a razoabilidade da taxa de juros é uma condição indispensável para a normalidade econômica” e que, no Brasil, o Banco Central tem mantido o índice de forma “exageradamente elevada” e em níveis inaceitáveis”.
Além disso, os especialistas afirmam que o discurso oficial em defesa desse índice “não encontra nenhuma justificativa, seja no cenário internacional ou na teoria econômica”.
Segundo o documento, nenhum país que tenha recursos e economias estruturadas possui uma taxa de juros sequer próxima à que está vigente no Brasil, mesmo reconhecendo o caráter excepcional da inflação após a pandemia e a guerra na Ucrânia.
“A história mostra que o desemprego e a depressão econômica são substrato para a emergência do fascismo, do militarismo, da xenofobia e do ataque a minorias, avançando sobre as instituições democráticas”, dizem.
O texto continua:
“Uma governança econômica que seja capaz de debelar o atual estado de estagnação e crise não é somente importante para a melhora das condições de vida da população, mas é também essencial para que retornemos uma trajetória de construção democrática.”
O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem travado uma discussão pública com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre o nível elevado da taxa Selic. O petista chegou a chamar de “vergonha” a decisão do Comitê de Polícia Monetária ao manter o percentual no patamar dos 13%.
Ele tem, ainda, criticado a lei que deu autonomia ao Banco Central. No entanto, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, sustenta que o governo não considera reverter a norma.
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