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Manifesto de economistas critica Selic em 13,75%: ‘Não há justificativa’

Especialistas renomados dizem que a taxa de juros está em nível ‘inaceitável’

Roberto Campos Neto e Paulo Guedes. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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Economistas renomados divulgaram um manifesto em que reivindicam a redução da taxa de juros pelo Banco Central, em favor da “retomada do desenvolvimento com estabilidade sustentável”.

O documento é divulgado após a instituição, em 1º de fevereiro, ter anunciado a manutenção da taxa Selic em 13,75%, patamar em vigor deste agosto do ano passado. O percentual baseia as cobranças de juros no País.

Disponível como abaixo-assinado na plataforma Change.org, o manifesto já tem mais de cinco mil signatários. Encabeçam a iniciativa os seguintes especialistas:

O texto diz que “a razoabilidade da taxa de juros é uma condição indispensável para a normalidade econômica” e que, no Brasil, o Banco Central tem mantido o índice de forma “exageradamente elevada” e em níveis inaceitáveis”.

Além disso, os especialistas afirmam que o discurso oficial em defesa desse índice “não encontra nenhuma justificativa, seja no cenário internacional ou na teoria econômica”.

Segundo o documento, nenhum país que tenha recursos e economias estruturadas possui uma taxa de juros sequer próxima à que está vigente no Brasil, mesmo reconhecendo o caráter excepcional da inflação após a pandemia e a guerra na Ucrânia.

A história mostra que o desemprego e a depressão econômica são substrato para a emergência do fascismo, do militarismo, da xenofobia e do ataque a minorias, avançando sobre as instituições democráticas”, dizem.

O texto continua:

“Uma governança econômica que seja capaz de debelar o atual estado de estagnação e crise não é somente importante para a melhora das condições de vida da população, mas é também essencial para que retornemos uma trajetória de construção democrática.”

O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem travado uma discussão pública com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre o nível elevado da taxa Selic. O petista chegou a chamar de “vergonha” a decisão do Comitê de Polícia Monetária ao manter o percentual no patamar dos 13%.

Ele tem, ainda, criticado a lei que deu autonomia ao Banco Central. No entanto, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, sustenta que o governo não considera reverter a norma.

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