Agraciado com um “indulto prévio” de Jair Bolsonaro, antes mesmo do trânsito em julgado da sentença que o condenou a 9 anos e 8 meses de prisão por ataques às instituições democráticas e ameaças aos juízes do Supremo Tribunal Federal, o deputado federal Daniel Silveira apressou-se ao se livrar da tornozeleira eletrônica e participar de atos públicos, violando as medidas cautelares impostas contra ele. Como punição, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o parlamentar pague 405 mil reais. Além da multa, o magistrado ordenou o bloqueio de bens nesse valor nas contas do parlamentar e abriu um inquérito por desobediência.
Enquanto Silveira continua a debochar da Justiça, participando de atos na companhia de um clone brasileiro de Jake Angeli, o ativista com chifres de búfalo que roubou a cena no motim de apoiadores de Donald Trump no Capitólio, sede do Legislativo dos EUA, a colega Carla Zambelli apresentou um projeto de lei para conceder anistia ampla e irrestrita a todos os que tenham praticado crimes de natureza política de janeiro de 2019, início do governo Bolsonaro, até o dia em que o presidente concedeu indulto a Silveira. Antes disso, enquanto o colega se recusava a usar tornozeleira eletrônica e buscou refúgio na Câmara para escapar do alcance da Polícia Federal, Zambelli chegou a levar travesseiros e água gelada para o camping do deputado.
Va-ga-bun-do!
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