Política

A revolta dos filhos de Bolsonaro com o relatório que mostrou movimentação de R$ 17 milhões em Pix para o ex-capitão

O Coaf também identificou uma série de movimentações financeiras suspeitas no entorno do ex-presidente

Foto: Reprodução/Facebook
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O senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, reclamaram, nas redes sociais, da divulgação de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que revelou o recebimento de 17 milhões de reais em Pix nas contas do ex-capitão em 2023. A movimentação atípica foi divulgada na quinta-feira 27 e gerou revolta quase imediata do clã do ex-presidente.

Segundo Flávio, o escrutínio sobre as contas do ex-presidente seria ‘um assassinato de reputação sem precedentes’. Ele alega não haver nada de ilegal nas doações milionárias recebidas pelo seu pai. Em meio ao post revoltado, o senador cobra investigação nas contas de Adélio Bispo, autor da facada contra Bolsonaro, em 2018. A publicação, novamente, busca agitar apoiadores a alegarem que o autor do atentado teria agido sob ordens de um mandante. A hipótese, porém, já foi descartada por diferentes investigações. A conclusão da polícia, importante dizer, é sempre a mesma: Adélio agiu sozinho.

Na publicação de Carlos Bolsonaro a mensagem é mais sucinta. Ele alega apenas que o caso seria típico de um regime comunista. A afirmação compara, assim como faz Flávio ao final do longo texto, o Brasil atual com a Venezuela. A postagem responde também a uma outra publicação, que alega que Bolsonaro não seria mais tratado como um cidadão, mas como um pária.

Nesta quinta, além da movimentação atípica nas contas de Bolsonaro, outras duas revelações do Coaf complicam a vida do ex-capitão.

A primeira delas mostrou que o seu principal ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, movimentou 3,2 milhões de reais entre junho de 2022 e janeiro de 2023. De acordo com o Coaf, a “movimentação de recursos é incompatível com o patrimônio, atividade econômica ou a ocupação profissional e capacidade financeira do cliente” e “transferências unilaterais que, pela habitualidade e valor ou forma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade”.

Em outra frente, o órgão também identificou uma movimentação que implica a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O foco, neste caso, é a empresa Cedro do Líbano Comércio de Madeira e Materiais para Construção, suspeita de financiar gastos pessoais da esposa do ex-capitão com recursos obtidos em contratos públicos. Ao todo, mostra o relatório, a empresa movimentou mais de 32 milhões de reais, algo que não condiz, segundo o órgão, com o porte, o patrimônio, a atividade e a capacidade financeira da empresa.

Apesar da revolta dos filhos no caso, Jair Bolsonaro ainda não comentou as revelações. O último post em suas redes sociais, vale mencionar, trata-se de uma teoria da conspiração que insinua que o PT teria sido o mandante da facada.

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