Justiça
A reação de Eduardo e Figueiredo ao fim da Magnitsky contra Moraes
A dupla afirmou que a decisão de Trump atende a interesses dos EUA, mas é uma perda de ‘janela de oportunidade’
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o influenciador Paulo Figueiredo criticaram nesta sexta-feira 12 a decisão do governo dos Estados Unidos de retirar o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa da lista de sanções da Lei Global Magnitsky.
Em nota conjunta divulgada nas redes sociais, os dois afirmam receber a medida “com pesar” e elogiam o apoio que Donald Trump teria oferecido ao longo do processo que levou às sanções contra o juiz.
Eduardo e Figueiredo argumentam que a reversão das punições reflete, entre outros fatores, a “falta de coesão interna” no Brasil. Segundo eles, a sociedade não teria conseguido consolidar uma “unidade política” suficiente para sustentar, no exterior, a ofensiva contra o ministro do STF. De acordo com a nota, o apoio interno “insuficiente” teria contribuído para o fim da pressão internacional e para “o agravamento da situação atual” – seja lá qual for.
Eles também afirmam esperar que a decisão de Trump “defenda os interesses estratégicos dos americanos”, classificando-a como parte do dever dele. A dupla, porém, sinaliza que continuará a conspirar contra o Brasil, prometendo “trabalhar de maneira firme e resoluta” para o que chamam de “libertação do nosso País”, apesar das “circunstâncias adversas”.
O tom de frustração é exemplificado com o fim do texto: “Que Deus abençoe a América, e que tenha misericórdia do povo brasileiro”.
A Magnitsky havia sido aplicada contra Moraes em 30 de julho deste ano, em meio à atuação do ministro à frente das investigações e do julgamento da trama golpista. O recuo de Trump é creditado à atuação forte do Itamaraty e do presidente Lula (PT), que o convenceram que a motivação original das sanções já não se sustentava.
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