Política
A opinião do novo diretor da PRF sobre o uso de câmeras nos uniformes de policiais
Antônio Oliveira disse ainda que a abordagem que resultou na morte de Genivaldo, em Sergipe, foi um “fato isolado” e é oposta aos manuais da corporação


O novo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Antônio Fernando Oliveira, afirmou ser favorável à implementação de câmeras corporais nos uniformes da corporação, mas ponderou ser “preciso um estudo” para que a medida ‘atinja de verdade o intuito’.
“Eu sou favorável porque eu trabalhei em estradas por mais de 10 anos e se eu tivesse trabalhando com uma câmera corporal eu me sentiria mais seguro. A câmera é um um instrumento de proteção da atividade policial.”, declarou em entrevista ao jornal Folha de São Paulo publicada nesta segunda-feira 20.
A medida é estudada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e deve ser lançada ainda no primeiro semestre deste ano. O programa, que busca reduzir a letalidade policial e proteger os policiais, está sendo construído pelas secretarias de Acesso à Justiça e a Secretaria Nacional de Segurança Pública.
Oliveira disse ainda que a abordagem que resultou na morte de Genivaldo Santos, no interior de Sergipe, foi um “fato isolado” e “está “contrário ao que está prescrito em nossos manuais”. O caso aconteceu em maio de 2022 em Umbaúba, a 100 quilômetros de Aracaju.
“A PRF, na sua história de 94 anos, sempre foi uma polícia de trato muito bom com a sociedade. Entendo que é um fato isolado, não é ação corriqueira. A PRF tem um índice de letalidade pequeno em comparação às outras polícias”, pontuou.
“Eu não estudei o procedimento, o processo em si. Falando en passant do que todos nós vimos, até muito mais pela imprensa, eu não estava na direção, os nossos manuais não preveem nenhuma situação nem próxima daquela. Está contrário ao que está prescrito em nossos manuais”, acrescentou.
O diretor-geral da PRF também rechaçou a pecha que a corporação é “bolsonarista”, disse que o alinhamento das forças de segurança ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “não foi exclusividade da PRF” e prometeu que “as políticas públicas de segurança definidas pelo governo federal serão respeitadas e executadas pela nossa instituição”.
Advogado, Antônio Fernando de Oliveira assumiu o comando da PRF garantindo não compactuar com atos golpistas. Ele também afirmou que a corporação foi “maculada” pela última gestão e disse ser preciso resgatar a essência da instituição.
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