Política

A mudança na comunicação de Lula que pode garantir a vitória no 1º turno

A postura do petista no debate da TV Globo, marcado para a quinta-feira 29, deve ser diferente da adotada pelo ex-presidente na Band

Foto: Ricardo Stuckert
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A campanha do ex-presidente Lula (PT) divulgou, nesta semana, um vídeo com ataques diretos ao presidente Jair Bolsonaro (PL). A peça, produzida para o horário eleitoral gratuito, viralizou nas redes sociais na noite de quinta-feira 20.

O vídeo resgata a trajetória militar do ex-capitão, a atuação como deputado federal, as declarações machistas, os casos de corrupção e a sua gestão na presidência.

“Como presidente, Bolsonaro é incompetente, parece viver em outro planeta”, diz a atriz que narra o texto. “Enquanto passeia de moto e jet ski, o povo sofre para pagar as contas, os preços sobem mais que o salário, o desemprego assusta e a fome voltou”.

O conteúdo contrasta com a estratégia de campanha de Lula que, até o momento, buscava explorar o legado dos governos do PT, mas indica uma mudança na reta final da eleição. O especialista em redes sociais Pedro Barciela publicou que esta foi a primeira peça eleitoral de TV que conseguiu viralizar nas redes. O motivo, segundo ele, foi “o caráter antibolsonarista do conteúdo”.

No debate da TV Bandeirantes, Lula não rebateu enfaticamente as acusações de corrupção feitas por Bolsonaro. A instrução ao petista era ser ‘morno’, pois um embate direto com o ex-capitão sobre o tema poderia colocar o ex-presidente em desvantagem.

CartaCapital apurou que havia uma ala da comunicação do petista que defendia terminar a campanha com um clima positivo, “para cima”, de acordo com uma fonte. No entanto, um consultor especialista em pesquisa de opinião pública alertou que uma vitória de Lula no primeiro turno só se consolidará com o aumento das críticas a Bolsonaro.

“O eleitor precisa entrar na urna horrorizado com Bolsonaro”, disse a fonte em caráter reservado.

A postura de Lula no debate da TV Globo, marcado para a quinta-feira 29, deve ser diferente da adotada pelo ex-presidente na Band. A ideia é deixar o Bolsonaro o mais desconfortável possível com temas considerados sensíveis ao ex-capitão.

A leitura é que, passado o funeral da rainha Elizabeth II e o discurso na ONU, não há mais fatos novos em favor de Bolsonaro até o dia 2 de outubro, data do primeiro turno.

Algumas pesquisas, com a do instituto Ipec, apontam para a possibilidade de vitória de Lula sem a necessidade de um segundo turno. A mudança de estratégia na comunicação, se convenceram alguns integrantes da campanha, pode ser fundamental para esse cenário.

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