Política

A justificativa de Michelle sobre os depósitos e pagamentos feitos por Mauro Cid

Segundo a ex-primeira-dama, o ajudante de ordens preso por fraude faria os pagamentos porque ela não tinha tempo disponível para realizar as transações

Bolsonaro e Michelle, que luta - sem sucesso - para reverter a rejeição do ex-capitão entre as mulheres. Foto: Alan Santos/PR
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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) admitiu ter conhecimento das transações financeiras feitas por Mauro Cid, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) preso por fraude em cartões de vacinação, reveladas ao longo da última semana.

Segundo ela, os pagamentos ocorriam porque o tenente-coronel era quem tinha o controle do dinheiro do ex-presidente. A justificativa está em uma entrevista publicada pela revista Veja nesta sexta-feira 19.

“Ele pagava minhas contas pessoais porque era ele que ficava com o cartão da conta-corrente do meu marido”, disse a ex-primeira-dama na entrevista.

Ela negou, porém, ter relação direta com o militar preso e alega que seu único contato com o principal auxiliar do marido era feito por suas assessoras. Sobre a origem do dinheiro, ela diz que ser parte do salário de Jair como presidente.

“Todo o dinheiro usado pelo coronel para pagar minhas despesas foi sacado da conta pessoal do Jair, dos rendimentos dele como presidente da República. Não tem um tostão de recursos públicos. Temos os extratos para provar isso”, destaca.

Ela não comenta, porém, os áudios do próprio Cid apontando preocupação com a prática ser configurada como ‘rachadinha’. A mensagem do militar foi encaminhada a assessoras de Michelle.

Na conversa com a revista, ela também não forneceu explicações sobre o uso de dinheiro vivo e não transações online. Michelle diz ainda que não pagava as próprias contas por ‘falta de tempo’.

“Antes do Jair se tornar presidente, eu administrava as contas da nossa casa. Quando chegamos no Alvorada, tinha essa figura para fazer esse trabalho. Pagar as despesas do dia a dia”, conta. “A gente tinha vários eventos, uma demanda muito grande de trabalho, então a gente deixava tudo na planilha”.

O caso levantou suspeitas. O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, Lucas Rocha Furtado, pediu à Corte a formação de uma força-tarefa para investigar despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pagas em dinheiro vivo. Participariam da apuração com o TCU a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União.

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