Política

Subprocurador pede força-tarefa para investigar gastos de Michelle Bolsonaro

Segundo Lucas Rocha Furtado, ‘a utilização de dinheiro vivo, per si, não é ilegal, mas certamente causa suspeita’

Bolsonaro e Michelle, que luta - sem sucesso - para reverter a rejeição do ex-capitão entre as mulheres. Foto: Alan Santos/PR
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O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, Lucas Rocha Furtado, pediu nesta segunda-feira 15 à Corte a formação de uma força-tarefa para investigar despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pagas em dinheiro vivo. Participariam da apuração com o TCU a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União.

A PF interceptou diálogos mantidos entre o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens da Presidência, e assessoras do governo de Jair Bolsonaro a respeito de uma orientação para bancar gastos de Michelle em espécie. As conversas foram reveladas no último sábado 13 pelo UOL.

O material atesta a preocupação de Cid com a possibilidade de a prática ficar caracterizada como uma rachadinha. Ele menciona, inclusive, o caso do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

De acordo com um relatório de análise da PF divulgado pelo veículo, os diálogos revelam a existência de uma “dinâmica sobre os depósitos em dinheiro para as contas de terceiros e a orientação de não deixar registros e impossibilidades de transferências“.

Segundo Rocha Furtado, “a utilização de dinheiro vivo, per si, não é ilegal, mas certamente causa suspeita, ainda mais em se tratando de possíveis recursos públicos”. Ele também pondera que, “ainda que extremamente suspeito, qualquer possível sanção deve respeitar o devido processo legal e o contraditório”.

No ofício enviado ao TCU, o subprocurador afirma que “a utilização indevida de meios para dificultar o controle viola a democracia e transparência do Estado, bem como põe em xeque a conduta funcional daqueles agentes públicos que praticam atos em subversões da legislação pátria com indícios de desvio de finalidade”.

De acordo com o pedido, o papel da força-tarefa seria “apurar o modus operandi e o rastreio dos recursos dispendidos com pagamento em dinheiro em espécie durante a gestão de Jair Bolsonaro, especialmente relacionados a despesas da ex-primeira-dama”.

Nesta segunda 15, o UOL também revelou que a Polícia Federal identificou sete comprovantes de depósitos em dinheiro vivo feitos por Mauro Cid para Michelle Bolsonaro. Os documentos estão, de acordo com o portal, em conversas de WhatsApp apreendidas no celular do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

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