Política

A avaliação do PT em Minas após Bolsonaro e Zema não fecharem uma aliança no estado

O PL, partido do presidente, confirmou nesta terça-feira 2 a candidatura do senador Carlos Viana para o governo do estado

Alexandre Kalil e Lula. Foto: Ricardo Stuckert
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A decisão do PL de manter a candidatura do senador Carlos Viana ao governo de Minas Gerais para garantir um palanque ao presidente Jair Bolsonaro no segundo maior colégio eleitoral do País praticamente define que a eleição no estado será definida no segundo turno. A avaliação é de integrantes do PT, partido que forma a chapa com Alexandre Kalil (PSD) na disputa pelo Executivo estadual.

Havia a expectativa de que Bolsonaro chegasse a um acordo com o atual governador, Romeu Zema (Novo), mas a alta rejeição do presidente no estado dificultou a aliança. O candidato à reeleição, diferente de 2018, vive um dilema, resiste em declarar voto no ex-capitão e prefere uma posição de neutralidade.

A leitura no PT  é que, com a confirmação de Viana na disputa, Zema será forçado a apoiar Bolsonaro sob o risco de ficar fora do segundo turno, já que perderá parte dos eleitores para o candidato do PL.

“Zema está em um mato sem cachorro. Se for para o campo do Bolsonaro, vai perder. E se não for, fica pior”, avaliou o deputado federal Paulo Guedes (PT-MG) em conversa com CartaCapital nesta terça-feira 2. “Com o Viana na disputa, ele perde uns 15 pontos na pesquisa”.

No estado, o ex-presidente Lula (PT) lidera a corrida eleitoral e Kalil, quando associado ao petista, aparece na primeira posição.

“O Zema vai tentar uma polarização de primeiro turno, por isso deve optar pelo bolsonarismo meio envergonhado”, disse o deputado Rogério Correia (PT-MG). “Ele não tem como fingir-se neutro, pois não pode negar o Bolsonaro”.

Com os votos menos concentrados em dois candidatos, a tendência é que se consolide o cenário de segundo turno, avaliam os petistas. “O Kalil vai crescer com o início da propaganda eleitoral e o Zema corre o risco de ficar em terceiro lugar”, prevê Guedes. “O Zema sai perdendo de todo jeito”, completa Correia.

A campanha de Kalil vai aproveitar a rejeição de Bolsonaro no estado para colar a imagem do presidente em Zema. “É um abraço de afogados”, define Correia.

Desde 1989, o presidente eleito é aquele que vence em Minas. Como noticiou CartaCapital, o PT espera que Lula tenha uma vantagem de até três milhões de votos sobre Bolsonaro no estado.

 

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