Política
A apoiadores, Bolsonaro volta a atacar Moro: ‘Depois que saiu, apreensão de drogas quintuplicou ’
O presidente também voltou a criticar a atuação de governadores e prefeitos que decretaram medidas de restrição para conter o avanço do coronavírus no Brasil


O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a mirar ataques no ex-aliado Sergio Moro (Podemos). A apoiadores que o acompanhavam no cercadinho em frente ao Palácio do Alvorada nesta terça-feira 18, o ex-capitão, sem fornecer os dados concretos, repetiu que o volume de apreensões de drogas aumentaram com a saída do ex-ministro.
“Depois da saída do cara que tava na Justiça, não vou falar o nome dele aqui, acho que quintuplicou a apreensão de drogas”, disse Bolsonaro. “É sinal que tem muita droga por aí, né? Se tem muita droga tem muito consumidor também, né?”, acrescentou em seguida.
Essa não é a primeira vez que o ex-capitão critica a ‘eficiência’ do antigo aliado enquanto esteve ocupando o cargo de ‘superministro’ do seu governo. Vale lembrar que Moro esteve à frente da pasta da Justiça por 1 ano e 4 meses, até abril de 2020, e, durante todo o período, foi tratado como o principal nome da equipe de governo ao lado de Paulo Guedes.
Moro virou alvo constante de Bolsonaro desde a sua saída do governo, em especial, após anunciar a pré-candidatura à Presidência da República. O ex-juiz é chamado de ‘traidor’ e ‘mentiroso’ por Bolsonaro e seus apoiadores. Nas ruas, o antigo aliado já foi abordado por protestos de bolsonaristas que o cercaram com xingamentos.
Na conversa com os apoiadores, Bolsonaro também voltou a criticar a atuação de governadores e prefeitos que decretaram medidas de restrição para conter o avanço do coronavírus no Brasil.
Segundo defendeu, a culpa pelos problemas econômicos como desemprego crescente, inflação descontrolada e volta da fome no País seriam responsabilidade dos executivos locais e não do seu governo.
“O cara fecha tudo aí vem me culpar, pô”, disse, interrompendo um eleitor baiano que relatava discussões que teve com opositores no seu estado para defender as ações de Bolsonaro durante a pandemia.
“Só no Brasil morreu gente”, ironizou em seguida Bolsonaro, atribuindo as matérias que repercutem o elevado número de óbitos evitáveis no Brasil como ‘uma mania de criticar’. A declaração ocorre em meio ao aumento no volume de casos de Covid-19 no Brasil e no dia em que o País registra 621.166 desde o início da pandemia.
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