Opinião

Os principais atores diplomáticos da atualidade

Já estamos vivendo a terceira guerra mundial, nas franjas do mundo

O papa Francisco. Foto: Filippo MONTEFORTE / AFP
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“A pressa é inimiga da educação.”
Anônimo.

A sociedade capitalista impõe-nos um ritmo de vida cada vez mais alucinante.

A voragem da concentração de renda, cada vez maior, dita perdas de direitos trabalhistas, precarização das relações de trabalho e a necessidade de que cada vez mais trabalho seja trocado, por salários sempre menores…

Dessa forma, não é de estranhar que os e as trabalhadoras estejam submetidos a não “perder” minutos e até segundos.

O resultado: um atropelo, literalmente.

Basta tentar subir uma escada rolante no metrô, na rodoviária ou na ferroviária.

E ao que levou essa maior concentração de renda, no lado dos concentradores?

Na Europa, as importações de armas triplicaram no último ano.

Os Estados Unidos da América passaram a ser o maior exportador, com aproximadamente 40% do “mercado”; o segundo lugar, a França, conta com 11% do mercado da morte.

Nos mesmos EUA, bancos quebram e têm de ser socorridos pelo Banco Central, ou seja, pelos contribuintes.

Para quem não se lembra, assim funciona o capitalismo: os lucros são privados, os prejuízos, socializados.

Sobre o primeiro banco a quebrar nos EUA, o “Silicon Valley Bank”, tinha sido recentemente classificado pela publicação “Forbes” como uma instituição das mais sólidas…o que o dinheiro não compra…

Quarenta por cento das startups inglesas tinham depósitos lá.

Outra instituição bancária, o “First Republic”, perdeu metade do valor em apenas um dia.

Na Suíça, a segunda maior instituição bancária do país, o “Crédit Suisse” perdeu 24% do valor em uma única jornada. Será igualmente socorrido, pelo contribuinte suíço…e pelos milionários estrangeiros com depósitos lá (brasileiros incluídos).

Na noite em que aquele desastre se anunciava, o presidente dos EUA e os primeiros-ministros do Canadá e da Austrália anunciavam que EUA e Canadá venderão 3 submarinos nucleares à Austrália, com opção de compra de dois outros mais.

Pior, são submarinos de ataque, com capacidade de ficarem até 3 meses submersos, a grande profundidade.

Obviamente, os mimos visam à China, deixando claro que esse é o conflito global, sendo a guerra na Ucrânia apenas um capítulo dessa confrontação desejada pelo Ocidente.

Com efeito, o orçamento militar proposto pelo presidente Biden ao Congresso americano para 2024 monta a 842 bilhões de dólares, o maior da História!

Esse valor é muito superior aos das três potências seguintes juntas: China, Índia e Reino Unido.

Pior, um dos objetivos declarados dessa extraordinária fortuna é modernizar o arsenal nuclear. Ou seja, levar-nos para mais perto do holocausto final.

No Iêmen, outra guerra por procuração por parte dos EUA e da Arábia Saudita, nos últimos 8 anos, foram registradas 377 mil mortes, sendo 150 mil, diretamente, e as demais de fome e doenças correlatas.

Ao lado disso, as tentativas de travessia do Mediterrâneo triplicaram no último ano, com aumento exponencial de naufrágios e mortes de imigrantes africanos e meio-orientais.

Pior, a terceira potência militar, o Reino Unido, acaba de aprovar um acordo com Ruanda, para “resolver”, a seu modo, a questão: os que conseguirem chegar à Albion serão deportados de volta, para Ruanda…

Em contraposição ao “engenho” ocidental, a China patrocinou o reatamento de relações diplomáticas entre o Irã e a Arábia Saudita, acelerando as negociações de paz no Iêmen.

Com efeito, a China desponta como o principal ator diplomático da atualidade, ao lado do Papa Francisco, devendo o presidente chinês visitar Moscou nesta semana e, em seguida, abrir negociações com Kiev, visando a promover a paz entre os dois países em guerra.

Vale notar que, segundo o estado do Vaticano, das 50 guerras atualmente em curso, 30 estão na África.

Como bem têm classificado o Papa Francisco, já estamos vivendo a terceira guerra mundial, nas franjas do mundo e por procuração, pode-se aduzir.

Com efeito, o chefe do Comando estadunidense para a África declarou no Congresso, na semana passada, que uma base da China no oeste da África colocaria o país “em vantagem” com relação a Washington.

Vale notar que a China tem uma única base no exterior, no leste da África, em Djibouti.

Os EUA têm mais de 700 bases, em todos os continentes.

Aduziu aquele militar, sem qualquer temor de analogia com relação às preocupações russas na Ucrânia: “Hoje, temos decisiva vantagem. Nós não podemos deixar que tenham base na Costa Ocidental, pois isso mudaria a situação.”

E a Rússia com a Organização do Tratado do Atlântico Norte em sua fronteira não teria direito a garantir a própria segurança?

Vale observar que embora o orçamento militar estadunidense seja muito superior ao chinês, o Império do Meio parece ter alocado melhor os recursos, contando com a maior marinha da Terra.

Por fim, nunca esqueçamos que Paulo Freire libertou, em todo o mundo; Fernão Dias apresou, escravizou e matou, nos sertões do Brasil.

A troca do nome do educador pelo do ladrão bandeirante uma estação do metrô, em São Paulo, diz muito do conceito de liberdade dos que se dizem defensores dela…

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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